Julian Assange - continua luta contra extradição para os EUA
Um tribunal de Londres decidiu no dia 26 de Março que Julian Assange poderá continuar a impugnar a sua extradição para os EUA. Apesar de insuficiente, pois o que se exige é a sua imediata libertação e não extradição para os EUA, a decisão do tribunal londrino não deixa de constituir uma vitória para a defesa de Julian Assange e a solidariedade mundial com o co-fundador da WikiLeaks.
Jornalista australiano prossegue luta para evitar extradição para os EUA
Julian Assange «tem possibilidades reais de êxito em três dos nove argumentos do seu apelo» contra a extradição para os Estados Unidos da América – considerou um tribunal londrino. Se a sentença tivesse sido desfavorável à defesa do jornalista, ficariam esgotados todos os seus recursos legais no Reino Unido. Seria, assim, iniciado o processo de extradição e a sua concretização. Uma das últimas opções para evitar a transferência para os EUA seria, então, recorrer para o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.
Stella Assange, esposa do jornalista australiano que pôs a descoberto crimes de guerra dos EUA no Iraque e noutros países, instou o presidente norte-americano, Joseph Biden, a desistir das acusações contra Julian Assange. «Agora, o tribunal britânico pede aos EUA que dê garantias. O governo de Biden não devia oferecer garantias mas encerrar este vergonhoso processo, que nunca deveria ter sido aberto», sublinhou.
O co-fundador do sítio web WikiLeaks permanece há quase cinco anos nas prisões britânicas, no âmbito de um processo movido pelos EUA, que pede a sua extradição com base na acusação de difundir «informação secreta».
O WikiLeaks foi fundado por Assange em 2006 e ficou mundialmente conhecido quando começou a publicar «informação classificada», de que é exemplo um vídeo em que se podia ver o ataque de um helicóptero militar dos EUA em Bagdad, em que foram assassinados cerca de 18 civis iraquianos.
Assange encontra-se actualmente encarcerado na prisão de alta segurança de Belmarsh, no sul de Londres, desde que foi detido em 11 de Abril de 2019, a pedido de Washington, após sete anos de exílio na embaixada do Equador no Reino Unido. Nos EUA, se for extraditado, arrisca-se a uma pena de 175 anos de prisão ou mesmo a uma condenação à morte.