Forte greve na Hutchinson exige respostas ainda este mês
A direcção da Hutchinson Borrachas, em Campo Maior, deve tirar as devidas ilações da muito forte adesão dos trabalhadores à greve de 1 de Fevereiro e às concentrações realizadas na mudança de turnos.
Sem resposta às reivindicações, podem ser decididas novas lutas
Nas próximas duas semanas, deve haver respostas da direcção da fábrica ao aumento digno e justo dos salários e aos outros quatro pontos do Caderno Reivindicativo, avisou o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul (SITE Sul), adiantando que, nessa altura, convocará novos plenários.
Desta forma, ainda em Fevereiro, os trabalhadores poderão avaliar propostas patronais, que sejam apresentadas, e, em simultâneo, decidir sobre a necessidade de recorrer a novas formas de luta, explicou o sindicato da Fiequimetal/CGTP-IN, numa informação divulgada ao fim da tarde de dia 1.
Esta foi «uma luta histórica, de homens e mulheres de coragem, sem medo, na defesa dos seus direitos e reivindicações», que deixou «bem demonstrada a unidade dos trabalhadores», realçou o SITE Sul.
A greve – a primeira realizada na fábrica de componentes para a indústria automóvel, instalada em Campo Maior desde 1999 – foi aprovada em plenários muito participados, com o objectivo de exigir aumento justo e digno dos salários e respostas concretas e objectivas aos outros pontos do Caderno Reivindicativo para 2024, aprovado a 24 de Outubro: aumento do subsídio de refeição; criação de diuturnidades; pagamento do trabalho ao sábado e em dia feriado como trabalho suplementar; e atribuição do dia de aniversário.
No primeiro turno, que deveria entrar às 22 horas de 31 de Janeiro, o nível de adesão foi de 80 por cento e a fábrica ficou praticamente parada em todas as áreas da produção. O mesmo sucedeu no segundo turno, na manhã de dia 1. Com adesão forte no terceiro turno, o sindicato estimou a adesão global em 70 por cento.
A Direcção da Organização Regional de Portalegre (DORPOR) do PCP saudou esta «luta histórica». A expressar solidariedade, esteve com o primeiro piquete uma delegação, com Helena Neves (do Comité Central do Partido), Fátima Vitorino (do Secretariado da DORPOR), membros da Comissão Concelhia de Campo Maior, Pedro Reis (candidato da CDU pelo círculo eleitoral de Portalegre) e Diogo Júlio Serra, mandatário regional da coligação PCP-PEV. De tarde, também ali se deslocou Fátima Dias, primeira candidata da CDU em Portalegre.