Centenas nas ruas do Porto pela paz na Palestina

«Paz no Médio Oriente, Palestina independente» foi uma vez mais o mote que trouxe para as ruas do Porto centenas de pessoas, no dia 24. Exigiram um cessar-fogo imediato e permanente e a criação de um Estado da Palestina conforme consagrado nas resoluções da ONU.

Exige-se um cessar-fogo imediato e permanente

A Praceta da Palestina, no centro da Invicta, foi uma vez mais o local – particularmente simbólico – escolhido para a concentração, promovida pelo CPPC, a CGTP-IN, o MPPM e o Projecto Ruído – Associação Juvenil. Ali estiveram reunidas centenas de pessoas, que expressaram a sua revolta pelos crimes cometidos todos os dias pelas forças israelitas – na Faixa de Gaza, mas também na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental – e pela cumplicidade dos EUA, Reino Unido e potências da União Europeia.

«Palestina vencerá!», «Paz sim, guerra não!» e «fim ao massacre, fim à agressão» foram algumas das palavras de ordem entoadas ou inscritas, a que se somou a valorização da iniciativa da África do Sul de entregar uma queixa formal contra Israel, no Tribunal Internacional de Justiça, pelo crime de genocídio.

Apresentada por Joana Machado, a iniciativa realizou-se no momento em que se cumpria 110 dias de brutais bombardeamentos e ataques israelitas na Faixa de Gaza: 25 mil mortos e 60 mil feridos – na sua maioria mulheres e crianças – era o dramático saldo que então se registava, e que não parou de crescer desde então. Os números, hoje, serão ainda mais impressionantes.

Foram três os intervenientes: José António Gomes, do MPPM; Tiago Oliveira, da União dos Sindicatos do Porto/ CGTP-IN; e Ilda Figueiredo, do CPPC.

Paz e solidariedade
Os três oradores denunciaram os crimes cometidos por Israel: a destruição de hospitais, escolas, refúgios e colunas de refugiados; o assassinato de crianças, grávidas, idosos, profissionais de saúde, jornalistas e funcionários da ONU e de organizações humanitárias. E valorizaram a ampla corrente de solidariedade que, por todo o mundo e também em Portugal, reclama o cumprimento dos direitos nacionais do povo palestiniano, única forma de assegurar uma paz duradoura e justa no Médio Oriente.

Todos realçaram a solidariedade com o heróico povo palestiniano, que mesmo nas mais dramáticas condições, como as que por estes dias se vivem, mantém viva a sua aspiração à liberdade, à justiça, à independência. Bem como com aqueles que, em Israel, se opõem à ocupação e se batem pelos direitos dos palestinianos a terem o seu próprio Estado, lado a lado com o de Israel – e que por isso são sujeitos à repressão das autoridades sionistas.

Reafirmadas foram, ainda, as exigências principais que estiveram na base da convocação daquela concentração, comuns às dezenas de acções já realizadas em várias localidades do País: um cessar-fogo imediato e permanente; o fim dos bombardeamentos e ataques israelitas; a urgente ajuda humanitária e a reconstrução da Faixa de Gaza; o fim da violência dos militares e colonos israelitas na Cisjordânia; a criação e o reconhecimento do Estado da Palestina, com o cumprimento das resoluções das Nações Unidas.

Hoje, 1 de Fevereiro, às 18 horas, o CPPC e o MPPM promovem a acção «Um postal para a Palestina», na Rua 1.º de Dezembro, em Lisboa. Para 16 de Fevereiro está marcado um cordão humano em Viana do Castelo, promovido pelas quatro organizações que convocaram a concentração do Porto.

 



Mais artigos de: Nacional

Agricultores portugueses anunciam novos protestos

A CNA e as suas associações vão promover um conjunto de iniciativas regionais de protesto com vista à construção de um caderno de reivindicações, com medidas concretas que um novo governo possa implementar.

Não ao racismo, à xenofobia e ao fascismo

Em comunicado, a União dos Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) condena a intenção de se realizar uma manifestação anti-imigração no Martim Moniz, no dia 3 de Fevereiro, promovida por elementos de extrema-direita e grupos de neonazis, que a Câmara de Lisboa acabou por proibir. A ter lugar, tal manifestação...

Alcobacenses expostos a campos electromagnéticos perigosos

A CDU manifestou solidariedade com os cidadãos que vivem, habitam e trabalham no concelho de Alcobaça e que temem pela sua saúde, nomeadamente devido às linhas de alta tensão e muita alta tensão que há dezenas de anos foram instaladas e se sobrepõem a habitações e a empresas, não cumprindo a legislação de protecção a que...