Da Alemanha à Grécia lutas sociais não param
Entre outros exemplos por essa Europa fora, ferroviários e agricultores na Alemanha, trabalhadores de aeroportos em Itália, pilotos na Bélgica e estudantes universitários na Grécia levaram a cabo por estes dias greves e manifestações em apoio às suas reivindicações.
Em vários países que integram a União Europeia, continuam as justas lutas dos trabalhadores e de outras camadas sociais
Maquinistas na Alemanha realizaram três dias de greve (10 a 12) para pressionar a principal empresa ferroviária do país, a Deutsche Bahn, que se recusa a negociar as exigências quanto à redução da jornada laboral, ao aumento salarial e à compensação devida pela inflação.
Os maquinistas exigem uma redução gradual da jornada de trabalho de 38 para 35 horas semanais sem redução de salário a partir de 1 de Janeiro de 2025, um aumento salarial de 420 euros em duas etapas e um incremento significativo das indemnizações, assim como uma compensação pela inflação.
Agricultores protestam
contra fim de subsídios
Agricultores alemães bloquearam com tractores, na sexta-feira, 12, duas estradas na fronteira norte com a Polónia, em protesto contra os anúncios do governo alemão relativos a cortes de subsídios ao sector agrícola.
As medidas governamentais incluem a supressão gradual de isenções fiscais sobre o gasóleo agrícola, o que já tinha provocado dias antes uma grande marcha de protesto na capital germânica.
Além dos postos fronteiriços, os manifestantes ameaçaram cortar também as saídas da auto-estrada A11 que liga Berlim à fronteira com a Polónia. Agricultores polacos concentraram-se nessa zona, perto de Lubieszyn, em solidariedade com os colegas alemães.
Segundo um estudo recente, 68 por cento dos alemães apoiam as acções dos agricultores e mais de metade da população é contra os cortes dos subsídios estatais à actividade agrícola.
Greves em aeroportos
de Itália e Bélgica
Em Itália, exigindo melhores condições laborais e salariais para os trabalhadores, sete organizações sindicais organizaram no passado dia 8 uma greve que afectou vários dos principais aeroportos do país.
Nos aeroportos de Malpensa e Linate, na nortenha cidade de Milão, aderiram à greve de 24 horas os trabalhadores do manejamento de cargas, enquanto nos de Florença, Roma (Fiumicino) e Veneza paralisou o pessoal da segurança.
Na Bélgica, os pilotos da companhia aérea Brussels Airlines levaram a cabo no sábado, 13, uma greve em protesto contra a perda de poder de compra.
Os sindicatos que convocaram a greve atribuem a paralisação ao «comportamento inaceitável» da direcção da Brussels Airlines, filial do grupo alemão Lufthansa, que na prática se recusa ao diálogo.
Universitários gregos
rejeitam ensino privado
Milhares de estudantes universitários gregos manifestaram-se em Atenas, na sexta-feira, 12, em protesto contra a reforma do ensino superior proposta pelo governo de direita. Juntamente com académicos, trabalhadores de universidades, sindicalistas e membros de partidos políticos, os estudantes empunhavam cartazes em que expressavam a sua oposição às intenções governamentais de permitir a abertura de universidades privadas na Grécia. Numa marcha a caminho da praça Syntagma, no centro da capital, os manifestantes gritavam palavras de ordem como «Somos estudantes, não clientes», «Educação gratuita» e «Diplomas com mérito».
O primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis anunciou reformas no ensino superior para permitir o estabelecimento de universidades privadas, até agora interditadas pela Constituição da Grécia. Existem actualmente 24 universidades públicas no país.