Vêm aí as eleições legislativas

O Governo do PS de maioria absoluta agravou todos os problemas

Um pouco de história…

Às portas de eleições, para valorizar a sua governação, o PS tem a necessidade de evidenciar, não o período da maioria absoluta – sabem bem as suas responsabilidades na degradação das condições de vida e dos serviços públicos – mas aquele que se seguiu às eleições de 2015.

Porém, o que fez a diferença nesse período, que derrotou a política de exploração e empobrecimento de PSD/CDS, onde estavam muitos dirigentes hoje da IL e do Chega, não foi o PS e o seu governo minoritário, mas sim a força e o papel decisivo do PCP na defesa, reposição e conquista de direitos: como a gratuitidade dos manuais escolares, a redução do valor do passe social e integração dos diversos meios de transporte, o aumento extraordinário das pensões ou a gratuitidade das creches.

O que se alcançou foi quase sempre enfrentando a resistência do PS. Só não se foi mais longe porque o PS não quis.

 

Porque votou o PCP contra o OE para 2022?

Em finais de 2021, o PCP votou contra a proposta de Orçamento do Estado para 2022 apresentado na Assembleia da República pelo governo do PS, de maioria relativa, depois de ter colocado questões centrais, que no OE e para lá dele, respondesse a questões inadiáveis: a valorização dos salários e das pensões, o investimento na saúde para salvar e reforçar o SNS (confrontado com falta de profissionais e de meios), a resolução dos graves problemas que já se faziam sentir no sector da habitação, a revogação das normas gravosas da legislação laboral.

 

Em articulação com o PR, o PS apostou na antecipação das eleições

As questões colocadas pelo PCP foram rejeitadas pelo PS. Como logo então se percebeu, vitimizando-se e mentindo – nomeadamente ao afirmar que se tratava de um Orçamento «de esquerda» – o PS, em articulação com o Presidente da República, provocou a dissolução da AR e a convocação de eleições legislativas antecipadas.

Ambicionava, assim, obter a maioria absoluta – uma maioria «estável» e «duradoura», como afirmava – que o deixasse com as condições que ambicionava para dar livre curso à sua opção de fundo pela política de direita, de submissão à UE, ao euro e ao domínio do capital monopolista. Alcançada a maioria absoluta, o PS, com o apoio do PSD, CDS, Ch e IL, prosseguiu, em tudo de essencial, uma política ao serviço dos interesses dos grupos económicos e contrária aos interesses dos trabalhadores, do povo e do País.

 

Operação de vitimização, manipulação e chantagem

O PS logrou obter a ambicionada maioria absoluta, procurando apresentar como seus (com a poderosa ajuda dos principais órgãos da comunicação social dominante) avanços conseguidos pela intervenção determinante do PCP e da CDU entre 2015 e 2019, continuando a vitimizar-se e a responsabilizar o PCP pela rejeição do OE para 2022. Conseguiu-o perante uma campanha bipolarizante, agigantando o medo da direita e da extrema direita, recorrendo também à mistificação da eleição para primeiro-ministro, numa operação bem orquestrada, em que não faltou sequer o uso e abuso das sondagens.

 

O PCP tinha razão: o Governo do PS de maioria absoluta agravou todos os problemas

O PCP tinha razão quando alertou sobre as verdadeiras razões porque queria o PS a maioria absoluta. Em quase dois anos de Governo de maioria absoluta, o PS é responsável pelo continuado aumento do custo de vida; pelo brutal agravamento do valor das rendas e das prestações dos empréstimos à habitação; pelos baixos salários, reformas e pensões; pela degradação dos serviços públicos, em particular do SNS, mas também da Escola Pública; pelo insuficiente investimento público; pela enorme concentração da riqueza, desigualdades e injustiças; pela negação de direitos; pela fragilização do aparelho produtivo e promoção de novas privatizações; pela especulação, pelos lucros fabulosos dos grupos económicos e das multinacionais; pela degradação do meio ambiente; pela cedência aos interesses do imperialismo. Um percurso que contou sempre com o apoio de PSD, CDS, Chega e IL no que de essencial era contrário aos interesses dos trabalhadores e do povo. Mas teve sempre pela frente uma intensa luta de massas e a determinante intervenção do PCP.

Tal como em 2021, em que não quis encontrar soluções para os problemas centrais – os salários e as pensões, a saúde e a habitação – o Orçamento do Estado para 2024 que o PS apresentou e aprovou na AR, que PSD, Chega e IL desejaram, mas que cinicamente criticaram, continuará a agravar os problemas nacionais e a aprofundar as desigualdades e injustiças sociais.

Se ilusões com o PS existissem, estes anos, em que, dispondo de maioria absoluta e recursos abundantes, se recusou a responder aos problemas, desfizeram-nas.

 

É hora de mudar de política

É, pois, hora de mudar de política! É preciso reforçar a CDU! Não há nenhum outro voto que sirva os interesses dos trabalhadores, do povo e do País, que não seja o voto na CDU. Porque na CDU nenhum voto será investido em qualquer outro propósito que não seja a defesa dos direitos, a resolução dos problemas nacionais. O voto que dá garantias de, em todas as circunstâncias, dar combate à direita e à política de direita, de contribuir decisivamente por uma outra política, uma política alternativa. Patriótica e de Esquerda.



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