PE aprova relatório do PCP sobre crianças e famílias

O re­la­tório de Sandra Pe­reira, de­pu­tada do Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês no Par­la­mento Eu­ropeu, sobre «Re­duzir as de­si­gual­dades e pro­mover a in­clusão so­cial em tempos de crise para cri­anças e suas fa­mí­lias», foi apro­vado na sessão ple­nária do dia 21.

Po­breza e ex­clusão so­cial afectam uma em cada quatro cri­anças na União Eu­ro­peia

A po­breza e a ex­clusão so­cial são re­a­li­dades que afectam cerca de uma em cada quatro cri­anças na União Eu­ro­peia.

«Este in­di­cador re­flecte, para além da pro­pa­ganda e dos anún­cios in­con­se­quentes, os im­pactos das po­lí­ticas pro­mo­vidas pela União Eu­ro­peia – mar­cadas pelo des­res­peito por di­reitos, pela pre­ca­ri­e­dade la­boral, pela li­be­ra­li­zação e pri­va­ti­zação, pelo de­sin­ves­ti­mento nas fun­ções so­ciais do Es­tado. Po­lí­ticas que não só não ga­rantem so­lu­ções para o brutal au­mento do custo de vida, com a con­se­quente de­gra­dação das con­di­ções de vida dos tra­ba­lha­dores e das suas fa­mí­lias como têm con­tri­buído para agravar essa si­tu­ação. Po­lí­ticas que não con­tri­buíram para cum­prir os di­reitos mais ele­men­tares de cen­tenas de mi­lhar de cri­anças no âm­bito da União Eu­ro­peia» – des­taca um co­mu­ni­cado do Ga­bi­nete de Im­prensa dos de­pu­tados do PCP no Par­la­mento Eu­ropeu.

Re­alça que, como re­a­li­dades mul­ti­di­men­si­o­nais, a po­breza e a ex­clusão so­cial in­fantil exigem uma mul­ti­pli­ci­dade de res­postas, que en­volvam po­lí­ticas de em­prego, ser­viços pú­blicos de cui­dados, de saúde, de edu­cação, entre ou­tras.

Su­blinha que cabe aos Es­tados a for­mu­lação de po­lí­ticas uni­ver­sais e es­tru­tu­rais que ga­rantam o de­sen­vol­vi­mento in­te­gral das cri­anças, as­se­gu­rando os re­cursos e os ins­tru­mentos que en­qua­drem as múl­ti­plas res­postas que as cri­anças, os seus pais e os seus cui­da­dores ne­ces­sitam para cum­prir com esse de­sígnio.

Fazer face à po­breza e ex­clusão so­cial
O re­la­tório apro­vado no dia 21 deste mês pelo Par­la­mento Eu­ropeu apre­senta, assim, um con­junto de pro­postas que pre­tendem fazer face à po­breza e ex­clusão so­cial, como também a ou­tras ques­tões que afectam as cri­anças e o seu de­sen­vol­vi­mento, no­me­a­da­mente: au­mento do in­ves­ti­mento em ser­viços (de saúde ou edu­cação) uni­ver­sais, pú­blicos e de qua­li­dade, que ga­rantam a res­posta às ne­ces­si­dades das cri­anças e das suas fa­mí­lias, na sua di­ver­si­dade; au­mento da oferta pú­blica e uni­versal de ser­viços de cre­ches e edu­cação pré-es­colar; ga­rantia de con­di­ções de­centes de ha­bi­tação, acesso a uma nu­trição equi­li­brada ou trans­portes aces­sí­veis; co­nexão entre a con­cre­ti­zação dos di­reitos das cri­anças e a efec­ti­vação dos di­reitos dos seus pais, no­me­a­da­mente através da de­fesa do tra­balho com di­reitos e com sa­lá­rios justos, bem como do acesso aos di­reitos pa­ren­tais, in­cluindo de ama­men­tação; va­lo­ri­zação de ins­tru­mentos e prá­ticas que com­batam as múl­ti­plas dis­cri­mi­na­ções e a vi­o­lência contra as cri­anças; de­fesa e afir­mação do di­reito a brincar, como me­dida es­tru­tu­rante das po­lí­ticas des­ti­nados à in­fância.

Este re­la­tório foi apro­vado um dia de­pois da ce­le­bração do Dia In­ter­na­ci­onal dos Di­reitos da Cri­ança, que marca a adopção, em 1959, da De­cla­ração dos Di­reitos da Cri­ança e, em 1989, da Con­venção dos Di­reitos da Cri­ança, pela As­sem­bleia Geral das Na­ções Unidas.

Im­porta agora que, tanto ao nível da União Eu­ro­peia como ao nível dos Es­tados-Mem­bros, no­me­a­da­mente em Por­tugal, se tomem as ini­ci­a­tivas ne­ces­sá­rias, no­me­a­da­mente no plano le­gis­la­tivo, para con­cre­tizar as re­co­men­da­ções agora for­mu­ladas.

Os de­pu­tados do PCP no Par­la­mento Eu­ropeu re­a­firmam «o seu com­pro­misso de sempre com a ga­rantia, re­forço e con­quista dos di­reitos das cri­anças e dos seus pais, no com­bate pela con­cre­ti­zação de um Por­tugal com fu­turo».

 



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