Leiria
Na sessão extraordinária da Assembleia Municipal de Leiria de 17 de Novembro, Joana Cartaxo, eleita do PCP, começou por informar que «o salário médio no concelho continua a ser inferior ao salário nacional» e que «os baixos salários e a precariedade laboral continuam a caracterizar económica e socialmente» o concelho.
Leiria «precisa de atrair novas empresas, de dimensão média e grande» e «criar as condições materiais para as existentes se poderem expandir sem terem de mendigar soluções que passam invariavelmente pela violação do PDM», acusou, lamentando que o concelho continue «a não ter zonas industriais preparadas», porque a Câmara Municipal «não cria as infra-estruturas necessárias para que a indústria transformadora, que apresenta em Leiria um grande potencial, possa desenvolver-se e reforçar-se no contexto regional e nacional».
As críticas estendem-se a uma agricultura que «continua esquecida» e à «concentração» da produção pecuária, nomeadamente suinícola. Por outro lado, refere a comunista, «continua a promoção do modelo de urbanismo comercial, baseado em grandes e médias superfícies dos monopólios da distribuição, reduzindo cada vez mais o espaço do pequeno comércio local».
Foram também apontados problemas nas áreas do turismo, habitação, infra-estruturas municipais, ambiente, desporto, cultura, mobilidade, educação e saúde. «O concelho continua a sofrer da inequívoca promiscuidade entre os interesses privados e o poder político municipal. É o pensamento único neoliberal e o ambiente dos negócios que determinam a acção municipal e nunca a actividade de satisfação de necessidades colectivas e individuais da população», assegurou Joana Cartaxo, concluindo: «Leiria merece uma política com outra visão para o seu desenvolvimento, que a Câmara, com a arrogância com que assume a maioria absoluta, é incapaz de oferecer».