PCP afirma que «Basta de conversa!», é preciso aumentar salários e pensões
A acção do PCP - pelo aumento geral dos salários (em 15%, num mínimo de 150 euros e a fixação do Salário Mínimo Nacional em 910 euros em Janeiro e 1000 euros ao longo de 2024) e das pensões – deu expressão às propostas do PCP que, no que respeita ao SMN, foram formalizadas em projecto de resolução que foi discutido e votado sexta-feira, 13, na AR.
O Partido está «determinado» em fazer vingar as suas propostas
Não por acaso, a maioria das cerca de vinte acções decorreram à porta de empresas e locais de trabalho, tendo havido, ainda, tribunas e sessões públicas (como aquela em que participaram os deputados do PCP no Parlamento Europeu, sexta-feira, 13, em Castelo Branco, ou a realizada no Porto), ou arruadas, caso da ocorrida segunda-feira, 16, em Coimbra.
Em Lisboa, sexta-feira, 13, Paulo Raimundo participou, às primeiras horas da manhã, numa acção de contacto com trabalhadores, junto ao interface de transportes do Campo Grande. O Secretário-Geral do Partido falou com dois jovens que trabalham para uma grande empresa de comunicações, em regime de subcontratação, e que relataram que acumulam a precariedade do vínculo e das condições de trabalho com a do salário, demasiado curto para o custo de vida que não pára de aumentar.
De resto, no folheto que esteve em distribuição, o PCP denuncia que «sobra cada vez mais mês depois do fim do salário». E detalha a realidade: «Salários baixos, carreiras estagnadas, precariedade, trabalhadores que empobrecem a trabalhar; rendas e prestações da casa insuportáveis, contas do supermercado, luz, gás, combustíveis, cada vez mais difíceis de pagar, enquanto os grupos económicos amassam lucros como nunca».
Parte indissociável da solução, adianta-se igualmente no documento, além da já referida progressão do Salário Mínimo Nacional, passa por um aumento geral dos salários nos sectores público e privado, num mínimo de 15% ou 150 euros, e das pensões em 7,5%, num mínimo de 70 euros.
Determinados
Paulo Raimundo, em declarações à comunicação social que o acompanhou em Lisboa, qualificou estas propostas (ver página 7) não apenas como necessárias, mas uma autêntica emergência nacional e a questão central que se coloca para milhões de trabalhadores e ex-trabalhadores. Por isso, o dirigente comunista questionou o que vão fazer o Partido Socialista, o PSD, o Chega e a Iniciativa Liberal face à nossa proposta». Mais, o que vão fazer perante a evidência de que é preciso responder à imensa maioria que já «chega ao meio do mês sem dinheiro, alguns com contas a pagar» ou «sem perspectiva de as conseguir pagar».
Os argumentos de que não há dinheiro e de que as empresas não aguentam o crescimento dos salários ao nível do razoável, não convencem Paulo Raimundo, para quem, se «a proposta da CIP de pagamento de um 15.º mês [ao arbítrio do patrão] tem um mérito, é precisamente o de confirmar, como sempre dissemos, que dinheiro não falta». E o Secretário-Geral do PCP também não se deixa convencer pelas palavras aparentemente compreensivas para com a exigência de aumento dos salários, proferidas por PSD, Chega e Iniciativa Liberal, já que, referiu, se votarem contra a proposta do PCP que hoje [dia 13] vai à AR, cai-lhes uma vez mais a máscara, embora não nos surpreenda».
Antes de manifestar que o PCP está «determinado» em fazer vingar as suas propostas de aumentos salariais e nas reformas, Paulo Raimundo considerou, também, que o que se conhece do Orçamento do Estado para 2024 é mau, uma vez que prossegue não apenas o aperto do cinto aos trabalhadores, como prossegue com os milhões de privilégios fiscais atribuídos aos grandes grupos económicos.