Pelo direito à habitação ontem, hoje, amanhã

Pre­sente na ma­ni­fes­tação em Lisboa e muito sau­dado por ma­ni­fes­tantes, o Se­cre­tário-Geral do PCP con­si­derou que «o Go­verno não pode ficar in­di­fe­rente» quando «mi­lhares e mi­lhares de pes­soas» estão nas ruas, «por este País fora», a «rei­vin­dicar o di­reito a ha­bi­tação», um «di­reito do qual não po­demos pres­cindir». E a «de­nun­ciar «o es­cân­dalo que é a banca acu­mular 11 mi­lhões de euros de lu­cros por dia» en­quanto a mai­oria «está aper­ta­dís­sima», acres­centou.

Paulo Rai­mundo in­sistiu que o povo «não aguenta mais a su­bida das rendas e das pres­ta­ções, por­tanto esses são pro­blemas que é pre­ciso en­frentar». E frisou que o exe­cu­tivo li­de­rado por An­tónio Costa foi for­çado a apre­sentar me­didas pre­ci­sa­mente após os pro­testos de 1 de Abril pas­sado, no qual o Par­tido também marcou pre­sença e já com um con­junto de so­lu­ções que, se ti­vessem sido adop­tadas e não tra­vadas por PS, PSD, Chega e Ini­ci­a­tiva Li­beral, a si­tu­ação seria di­versa.

Aliás, Paulo Rai­mundo chamou a atenção para o facto de, pro­postas le­vadas ao par­la­mento pelo PCP logo no início da vaga es­pe­cu­la­tiva, serem hoje rei­vin­di­ca­ções adop­tadas pelas massas, casos do valor a fixar no spread ban­cário da CGD, da li­mi­tação do au­mento das rendas, da atri­buição aos lu­cros da banca a res­pon­sa­bi­li­dade pelo pa­ga­mento dos acrés­cimos nas taxas de juro ou da con­cre­ti­zação de uma mo­ra­tória que efec­ti­va­mente de­fenda quem se en­contra aflito para manter a ha­bi­tação.

Ao invés, o Go­verno passa «ao lado do alvo». Na ver­dade, como re­feriu, quarta-feira, 27, em de­cla­ração po­lí­tica na AR, Bruno Dias (que, ao lado de João Dias Co­elho, João Fer­reira e Sandra Pe­reira, acom­pa­nhou Paulo Rai­mundo na de­le­gação do PCP na ma­ni­fes­tação em Lisboa), «o pa­cote a que se chama “Mais Ha­bi­tação”» devia chamar-se «mais trans­fe­rên­cias. Mais trans­fe­rên­cias para a banca, para os fundos imo­bi­liá­rios», acusou.

Já na se­gunda-feira, 2, an­te­ci­pando o de­bate pro­posto pelos de­pu­tados do PCP no Par­la­mento Eu­ropeu sobre os im­pactos do au­mento das taxas de juro de­ci­dido pelo BCE (ver Últimas, pá­gina 32), Sandra Pe­reira in­sistiu nas «pro­postas que dão voz às rei­vin­di­ca­ções po­pu­lares».



Mais artigos de: Em Destaque

Milhares exigiram cumprimento do direito a ter casa para viver

«Que­remos casa, que­remos Pão - Di­reito à ha­bi­tação!», «es­tamos fartos de es­co­lher, pagar a renda ou comer», «casa para viver, pla­neta para ha­bitar», foram al­gumas das pa­la­vras de ordem que se ou­viram, sá­bado, 30, nas ruas de todo o País.