Investimentos em Lisboa devem servir população
Realizada a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o PCP quer analisar e concretizar medidas para colmatar as deficiências identificadas ao nível de serviços e infra-estruturas na cidade de Lisboa, assim como da própria gestão municipal.
«Trata-se de um investimento público»
Para os eleitos comunistas nos órgãos municipais, «importa fazer uma apreciação sobre a forma como foram utilizados e geridos dinheiros públicos e quanto aos proveitos que, em resultado da utilização desses recursos, perdurarão no futuro em benefício da população e da cidade», como o investimento no Parque Urbano Tejo-Trancão, que «não se pode limitar à realização de eventos culturais e/ou outros de grande dimensão». A gestão daquele espaço «não pode estar subordinada à lógica dos grandes eventos nem aos interesses dos respectivos produtores. Trata-se de um investimento público; exige-se que se maximize o seu usufruto por parte da população», lê-se numa nota do Executivo do Organismo de Direcção da Organização da Cidade de Lisboa do PCP, de 5 de Setembro.
Quanto aos serviços municipais, salienta-se que os investimentos, há muito necessários, no Regimento Sapadores Bombeiros, na Protecção Civil ou no saneamento, entre outros, «não foram inteiramente realizados no âmbito da JMJ, persistindo carências e debilidades no que respeita aos meios profissionais existentes, que importa colmatar». Assim, espera-se que a CML «invista de forma regular, tal como agora se comprovou ser possível, na renovação e aumento de trabalhadores, frotas, equipamentos e outros meios de trabalho».
Insuficiências
Também na área da higiene urbana ficaram patentes as insuficiências hoje existentes, para as quais o PCP tem vindo constantemente a alertar. «A contratação de uma empresa externa para efectuar serviços de limpeza urbana, no valor de meio milhão de euros, poderia e deveria ter revertido em investimento permanente para os serviços municipais da higiene urbana, com uma solução que passasse pela integração futura dos trabalhadores em falta e necessários. Não tendo sido essa a opção da actual gestão municipal, é necessário que esse investimento se efectue desde já, o mais rapidamente possível», defendem os comunistas de Lisboa.
É ainda necessário apurar que contratações externas foram feitas de equipamentos «que são necessários à cidade e cujo investimento poderia ser feito através de aquisições que permanecem no futuro, para usufruto na cidade» e esclarecer «outras contratações, incluindo por adjudicação directa, como os serviços de propaganda/divulgação da JMJ contratados a órgãos de comunicação social, sem deixar de escrutinar aspectos do tratamento noticioso dado ao evento e à CML, em particular», afirma o Partido.
Na nota, o PCP exigiu, igualmente, um «reforço permanente» de meios e trabalhadores no Metropolitano, que «permita uma melhoria substancial e permanente da oferta».