Vaga de greves nos EUA como há muito não se via

Os EUA vivem hoje uma onda de greves, de costa a costa, por remunerações justas aos trabalhadores. Realidade que contraria afirmações recentes do presidente Joe Biden, que se referiu, em Filadélfia, a «empregos bem remunerados».

Número de trabalhadores em greve nos EUA é o maior desde 1983

Este é um momento, segundo alguns observadores, sem precedentes na história do moderno movimento operário norte-americano, com paralisações desde maquinistas até estrelas de cinema.

Actualmente, mais de 170 mil profissionais dos meios de comunicação e escritores estão em greve, exigindo uma compensação justa à Aliança de Produtores de Cinema e Televisão. E, por outro lado, 146 mil trabalhadores representados pelo sindicato United Auto Workers (UAW), que abrange sectores de automóveis e outros, estão preparados para declarar-se em greve no dia 15 deste mês. Os trabalhadores do sector automóvel param se os três grandes fabricantes de automóveis norte-americanos (Ford, General Motors e Stellantis) não aceitarem melhorar as condições laborais e os salários.

Uma greve da UAW aumentaria o número de trabalhadores em greve nos EUA para o nível mais elevado desde 1983, comentou um artigo publicado no sítio digital Common Dreams. Segundo estudos de opinião citados, o apoio público aos sindicatos está ao nível mais alto desde há quase 60 anos. Tal aumento, destacou a publicação, indica uma mudança social significativa e um despertar para a realidade das condições laborais de uma economia do século XXI que prioriza os lucros e não as pessoas.

Não obstante esta realidade, o presidente Biden elogiou em Filadélfia, na Pensilvânia, a sua agenda económica e afirmou que estão a ser criados «empregos, empregos bem remunerados, empregos com os quais se pode criar uma família, empregos sindicalizados».

Uma investigação do Centro Nacional dos Direitos da Mulher concluiu que mais de 20 milhões de pessoas nos EUA vivem em dificuldades com um emprego mal remunerado e que as mulheres, em especial as afro-americanas, representam uma proporção significativa nos 40 empregos mais mal pagos no país.

 



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