Entrevista a Expresso Transatlântico

«Temos os valores de Abril bem presentes na nossa música e nas nossas vidas»

Depois de ver o seu primeiro EP acolhido pelo público com os maiores elogios, a que se seguiu muita estrada e inúmeras actuações, o Expresso Transatlântico tem um novo álbum pronto a sair em Setembro. Duas músicas novas desse trabalho entrarão no alinhamento do seu concerto na Festa, revela a banda lisboeta nesta entrevista ao Avante!.

«Sentimos que crescemos muito na estrada»

O Expresso Transatlântico é formado pelo Gaspar Varela (guitarra portuguesa), pelo Sebastião Varela (guitarras eléctricas e teclados) e pelo Rafael Matos (bateria). Como é que decidiram juntar-se?

Decidimos juntar-nos para podermos divertir-nos e tocar juntos, sem ter a obrigação de termos uma banda. O Sebastião e o Rafael já tinham tocado juntos em duas bandas que tiveram, e eu (Gaspar) sou irmão do Sebastião e desde que me lembro sempre toquei com ele. Foi na verdade um juntar de três amigos que sempre fizeram da música uma das prioridades da vida de cada um.

A vossa música parece misturar sonoridades portuguesas, brasileiras, africanas e anglo-saxónicas numa formação-base invulgar: guitarra portuguesa com bateria, teclados e guitarras eléctricas. Esta fórmula é arriscada?

As nossas músicas são um culminar daquilo que nós ouvimos e crescemos a ouvir, são as nossas influências,Temos a sorte de ter crescido numa cidade super multicultural e sentimos que isso nos influencia de uma maneira cultural, musical, artística e pessoal.

A música do Expresso Atlântico é uma «música do mundo» ou uma «música de Portugal para o mundo»?

É uma música de três gajos de Lisboa para quem os quiser ouvir!

O Gaspar Varela passou uma temporada nos Estados Unidos em tournée com Madonna. O Sebastião viveu alguns anos em Inglaterra. Estas experiências fora de Portugal influenciaram a vossa música?

Claro que sim! Todas as experiências de certa maneira influenciam-nos.

A música do Expresso Atlântico tem-se desenvolvido desde o final de 2021, quando lançaram o primeiro disco, com inúmeras actuações e espectáculos. Esse percurso teve algum efeito, produziu alterações, suscitou modificações ou evoluções naquilo que tocam e na forma como se apresentam?

Sentimos que crescemos muito na estrada. Aliás, muitas das nossas malhas novas surgiram durante os ensaios de som dos concertos! É um espaço óptimo de criação e reflexão para nós!

Estão a preparar temas novos? Apresentarão alguns na Festa do Avante!?

Já temos o álbum novo pronto. Irá sair em Setembro, e vamos apresentar duas músicas desse álbum! Uma delas já saiu, é o nosso ultimo single Bombália.

A Festa do Avante! assinala o início das celebrações do cinquentenário do 25 de Abril de 1974. Os membros do Expresso Transatlântico nasceram todos muito depois da Revolução dos Cravos. Apesar dessa distância no tempo, o 25 de Abril tem algum significado especial para vocês?

Podemos estar distantes do 25 de Abril na medida em que nascemos bastante depois da revolução, mas não estamos distantes dos valores de Abril, muito pelo contrário. Temos esses valores e ensinamentos bem presentes, sobre os quais reflectimos diariamente não só na nossa música e obra artística como também nas nossas vidas pessoais. Falando de um ponto de vista pessoal (Sebastião) descer a Avenida da Liberdade no 25 de Abril, é sempre uma experiência transcendente. Apesar dessa tal distância, ainda temos a sorte de desfilar lado a lado com quem realmente viveu o 25 de Abril. E fazê-lo juntos, com a certeza de que estamos juntos. Maior orgulho que esse não há.

 



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