Cantinas concessionadas paralisaram por melhores salários

Por todo o País, no dia 26, trabalhadores das cantinas, refeitórios e bares concessionados estiveram em greve pela retoma da negociação do Contrato Colectivo de Trabalho e por aumentos salariais.

A greve atingiu uma elevada expressão nas cantinas escolares concessionadas

O dia de paralisação foi convocado em resposta aos atrasos, por parte da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares (AHRESP), nas negociações de revisão do Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) das cantinas, refeitórios, fábricas de refeições, áreas de serviço e bares concessionados. Pendente desse processo negocial está a resolução de vários outros problemas dos trabalhadores.

A par da greve, realizou-se ainda uma concentração junto à delegação da AHRESP no Porto. Para além dos baixos salários praticados, um aumento salarial manifestamente insuficiente referente a 2023, elevados níveis de precariedade e contratos a termo incerto injustificados, no texto da moção ali aprovada reconhece-se ainda a falta de valor com que as empresas tratam os seus trabalhadores.

Na moção, recorda-se as reivindicações que motivaram a luta. Para lá da retoma imediata da negociação do CCT e de aumentos salariais de dez por cento, com um valor mínimo de 100 euros, exige-se a criação de um regime de cinco diuturnidades, com o valor de 25 euros por cada uma delas, a actualização do subsídio de alimentação nas férias para 130 euros, um prémio de 25 por cento da retribuição para o trabalho repartido, por turnos e ao fim-de-semana, uma carga horária mínima de 25 horas semanais nas cantinas com refeições transportadas, a valorização das carreiras e a estabilidade no emprego, entre outras.

 

Grande adesão

De acordo com a Federação dos Trabalhadores da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo (Fesaht/CGTP-IN) e os seus sindicatos no sector a adesão à greve foi elevada, em particular na região Norte do País. No distrito do Porto, das 45 cantinas em escolas EB1, encerraram 41. Tal como encerrou a maioria das cantinas das escolas EB 2,3. Em 18 concelhos do Norte encerraram mais de 90 cantinas. A adesão em hospitais e fábricas também foi particularmente elevada e as cantinas do Centro de Formação do Cerco e da RTP Porto não estiveram em funcionamento.

Na região centro, como disse à agência Lusa um dirigente sindical, a greve fez-se sentir, sobretudo, nas cantinas escolares, atingindo mais de metade das escolas da região.

Os trabalhadores do refeitório da Autoeuropa, concessionado à Eurest, aderiram à paralisação e estiveram concentrados à porta da fábrica.

 



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