Professores mobilizam-se para jornada «6.6.23»
Para a data que marca os seis anos, seis meses e 23 dias que faltam para a recuperação integral do tempo de serviço, para progressão na carreira, os sindicatos marcaram greve e duas manifestações.
Os docentes admitem faseamento, mas não abdicam da recuperação integral
No dia 6 de Junho, ocorre uma greve nacional de professores e educadores, por 24 horas, a todo o serviço. No Porto, às 10h30, uma manifestação sai do Campo 24 de Agosto para a Avenida dos Aliados. Em Lisboa, às 15h30, outra manifestação sai do Marquês de Pombal para a Assembleia da República.
A jornada da próxima terça-feira é mais um ponto alto no combate dos docentes, organizados nos sindicatos da Fenprof e nas outras oito estruturas, que têm intervindo em convergência, na apresentação de reivindicações ao Ministério da Educação e na definição de formas de luta conjuntas.
De 22 a 30 de Maio, uma «caravana pela profissão docente e pela Escola Pública» percorreu o País, ao longo da Estrada Nacional N.º 2, de Chaves a Faro, passando por um total de 35 localidades, onde se realizaram plenários e contactos com a população. Dois painéis móveis foram acompanhados, na totalidade ou em partes da rota, por professores que se deslocaram de carro, de moto ou de bicicleta.
A divisão do percurso em etapas foi usada como alegoria, para realçar que também pode ser feita faseadamente a recuperação do tempo de serviço cumprido, com as carreiras «congeladas». Mas «os professores não abrirão mão de um só dia que seja», como se sublinhava nas notas de imprensa, divulgadas diariamente durante a caravana.
No pré-aviso de greve, apresentado pela Fenprof, a recomposição da carreira docente surge a par de outros objectivos que têm mobilizado os docentes. Numa síntese dos motivos da luta, a federação refere: «Respeitar e valorizar a profissão docente; defender a Escola Pública. Pela contagem dos 6 anos, 6 meses e 23 dias, o fim das assimetrias na carreira, a eliminação das vagas e quotas; Pela revisão do regime da mobilidade por doença, a resolução dos problemas da monodocência e da pluridocência, a redução da burocracia, a regularização da situação dos técnicos especializados, a aposentação específica e outros problemas».
O Ministério da Educação «continua a negar a recuperação» do tempo em falta, «não corrige as assimetrias existentes na carreira» e fez aprovar em Conselho de Ministros «um projecto de diploma que irá criar novas e mais injustas assimetrias».
Além do mais, o ME «continua a recusar a resolução negociada de problemas, como os relacionados com a sobrecarga e desregulação nos horários de trabalho, a aposentação, a pré-reforma, o tempo de serviço prestado em creche para efeitos de carreira, a criação de grupos de recrutamento para as áreas da Expressão Dramática e do Teatro, bem como da Intervenção Precoce, entre outros assuntos prementes», refere-se ainda na convocação da greve de dia 6.