O que realmente importa: esclarecer, mobilizar, intervir

Rui Fernandes (Membro da Comissão Política)

A situação do povo e do País reclama um PCP mais forte

No quadro da situação actual e da multiplicidade de respostas a dar, é inegável a crescente acção de massas que, a partir de problemas concretos, se tem vindo a verificar. Podem os do costume ignorá-las ou minimizar a sua importância para fazerem prevalecer as suas teorias, algumas bem velhas e ciclicamente repetidas, mas não é isso que apaga a realidade.

Acção na qual o Partido tem sido dinamizador, com a imensa confiança na justeza das causas que abraça e consciente que dificuldades não significam impossibilidades. Acção que se insere na concretização dos vários eixos concluídos na Conferência Nacional, entre os quais estão a preparação da Festa do Avante!, o prosseguimento e ampliação do envolvimento e do contacto com os trabalhadores e as populações, intrinsecamente ligado com o reforço do Partido em múltiplos aspectos, entre os quais o do alargamento de rede de compradores do Avante!.

A situação do País, dos trabalhadores, dos reformados, dos agricultores, da juventude, dos micro e pequenos empresários, impõe a necessidade de um PCP mais forte. Como temos repetidamente insistido, e sido quase igual número de vezes silenciados, do que o País precisa é de uma política patriótica e de esquerda. Uma política com uma visão e objectivos opostos aos que têm conduzido Portugal ao declínio e empobrecimento. Uma política que combata a exploração e respeite quem trabalha. Uma política que liberte o País dos constrangimentos que bloqueiam o seu desenvolvimento. Uma política que rompa caminhos de esperança.

Reforçar o Partido
Neste contexto, impõe-se um reforçado empenho de todo o colectivo partidário para responder às múltiplas exigências que estão colocadas. Exigências na resposta ao desenvolvimento do quadro político e à continuação da dinamização da luta dos trabalhadores e das populações. Exigências na preparação e consequente acção de esclarecimento e mobilização para afirmar direitos.

Exigências que se têm de compaginar com o reforço da organização do Partido, ou seja, uma organização mais forte para, de forma mais eficaz, intervir, responsabilizando mais camaradas e aproveitando o amplo contacto em curso para prosseguir o objectivo de trazer mais militantes ao Partido. Exigências que também se colocam à preparação, divulgação e concretização da Festa do Avante!, desde logo ampliando a rede de venda da EP.

Confiança e determinação
Como não nos cansamos de afirmar, existem recursos e potencialidades para, com uma política alternativa no cumprimento da Constituição, assegurar o desenvolvimento soberano do País. O Partido é a verdadeira oposição ao Governo PS e à sua política, a força que faz frente aos projectos antidemocráticos de PSD, CDS, Chega e IL, porque, como foi referido pelo Secretário-geral, «o que alguns ambicionam é dar continuidade a essa política, seja pela mão do actual Governo, remodelado ou não, seja pela mão dos que, criticando e potenciando actos deploráveis, mais não querem do que tomar o lugar nessa política de negação de direitos, de aumento da exploração e injustiças, de desvalorização de serviços públicos, de alienação dos interesses nacionais».

Honrando o património de mais de 100 anos de luta e intervenção, com confiança e determinados prosseguiremos.



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