Acampados desde o dia 1 de Março frente às estações de Santa Apolónia, em Lisboa, e Campanhã, no Porto, os trabalhadores dos bares dos comboios da CP reivindicavam créditos à anterior concessionária privada, a manutenção de todos os direitos e regalias constantes no acordo de empresa em vigor e a passagem do serviço e dos 130 funcionários para a CP. As duas primeiras foram agora satisfeitas com o anúncio, por parte da CP, no final da semana passada, de que a Newrail iria assumir os bares dos comboios Alfa e Intercidades, do dia 1 de Maio até 31 de Dezembro deste ano. Quanto à integração do serviço e dos trabalhadores na CP, a luta vai continuar, assegura a Federação dos Sindicatos da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht).

A situação foi desencadeada pelo atraso no pagamento dos salários e posterior pedido de insolvência por parte da Apeadeiro 2020, em Fevereiro deste ano, empresa para a qual a CP externalizou as refeições nos comboios de longo curso. Em reacção, trabalhadores e respectivo sindicato de classe iniciaram um processo de luta que incluiu, entre outras iniciativas, a permanência frente às estações de Santa Apolónia e Campanhã e motivou uma onda de solidariedade. Dirigentes e eleitos do PCP, entre os quais o Secretário-geral do Partido, Paulo Raimundo, estiveram com os trabalhadores no Porto e em Lisboa.

A Fesaht informou, ainda, que este foi um triunfo mas que a batalha prossegue, já que o objectivo é que os trabalhadores passem aos quadros da CP, «no mínimo, no dia 1 de Janeiro de 2024».