A mentira tem perna curta
O Governo prometeu obras que já antes prometera
Afinal a visita do Governo PS a Setúbal não passou de mais um desfile de vaidades ministeriais com o cheiro intenso a pré-campanha eleitoral autárquica, numa corrida de promessas, muitas delas já feitas e não cumpridas, e outras em que fizeram mesmo o oposto do que prometeram.
Aqui ficam alguns exemplos:
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Terceira travessia do Tejo. Repetidamente prometida e até anunciada em várias campanhas eleitorais, durante os dois dias que o Governo esteve no distrito e nem uma palavra sobre esta obra, chegando ao ponto do Ministro da Finanças pedir para que não se falasse deste assunto durante a visita.
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Hospital do Seixal. Exemplo maior da falta de respeito para com a população do Seixal. A alteração agora introduzida foi apenas de semântica substituindo o «É desta» por «Agora é que é».
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Arco Ribeirinho Sul. Tantas vezes anunciado até como «o maior projecto de recuperação de áreas industriais degradadas do País», como aconteceu em 2009 por parte de Eduardo Cabrita e José Sócrates no Barreiro. A solução para esta questão em 2023 foi repetir a proclamação de 2009.
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Expansão do Metro. Obra muitas vezes prometida e outras tantas esquecida, desta vez foram ainda mais longe e para não ferir suscetibilidades de autarcas do PS, prometeram levar o metro «a todos e para todo o lado».
Na opinião do PCP, um plano de desenvolvimento integrado para a Península de Setúbal deve ter em conta, entre outros aspectos:
• Retomar e alargar a produção industrial, designadamente nos seguintes sectores: automóvel, construção e reparação naval, metalomecânica pesada, papel, adubos e siderurgia, electrónica e agroalimentar;
• elaborar um plano integrado de produção alimentar para dar resposta às potencialidades agrícolas da península, aos produtos de origem da região, à promoção da agricultura familiar e à fixação das populações, que promova o uso racional dos recursos e salvaguarde os solos com aptidão agrícola e florestal;
• incentivar a reconstituição da indústria conserveira e promoção do consumo e da qualidade das nossas conservas, com rotulagem de origem e certificação de produto de qualidade, e a promoção de outras actividades de transformação do pescado;
• construir um novo Aeroporto Internacional de Lisboa, no campo de tiro de Alcochete localizado nos concelhos do Montijo e Benavente, a construção da terceira travessia do Tejo, rodo-ferroviária, entre Barreiro-Lisboa, bem como as variantes rodoviárias necessárias;
• modernizar e desenvolver os portos existentes em Setúbal, Sesimbra e Margem Sul do Tejo e concretizar o projecto do porto de pesca na Trafaria;
• criar uma rede de ensino superior público alargada e ligada à investigação científica e ao tecido empresarial e a domínios fundamentais da região, potenciadora do desenvolvimento económico da Península de Setúbal;
• melhorar e desenvolver os transportes públicos, investindo na manutenção das frotas e aquisição de novos navios, comboios e autocarros, e admissão dos trabalhadores em falta em todas as empresas;
• reforçar o serviço públicos de transportes ferroviárias na linha do Sado, estender o serviço entre Setúbal e Lisboa, às Praias do Sado e à Gare do Oriente, repor o serviço de longo curso entre Barreiro e o sul do país com passagem por Setúbal.
De uma coisa António Costa e o Governo PS podem ter a certeza, é que os trabalhadores e as populações não têm memória curta e com a sua luta mais cedo do que tarde tomarão os seus destinos em suas mãos. O PCP cá está e estará, como sempre. Do lado certo da história.