Sindicatos franceses convocam novos protestos

A Intersindical, que agrupa as principais centrais sindicais francesas, marcou para 6 de Abril a 11.ª jornada de manifestações contra a reforma das pensões. O governo quer reunir com os sindicatos, que mantêm a rejeição do aumento da idade da reforma.

Governo francês propôs à Intersindical reunião na próxima semana

Em França, o braço-de-ferro político e social entre trabalhadores e governo prosseguiu na terça-feira, 28, com grandiosos protestos e a continuação de greves. Neste cenário, os sindicatos reuniram-se e acordaram em manter a pressão para rejeitar uma lei que estende a idade legal de reforma de 62 para 64 anos.

O dia chegou ao fim, contudo, com uma novidade: o convite da primeira-ministra Elisabeth Borne à Intersindical para um encontro, no início da próxima semana, embora não se conheça a agenda.

Até agora, o governo já tinha aceitado o diálogo mas para discutir outras questões relacionadas com o emprego, depois de o presidente Emmanuel Macron instar os franceses a virar a página, assumindo a reforma das pensões imposta.

O convite de Borne foi anunciado por uma estrutura sindical e o staff da ministra confirmou a intenção. Por sua parte, o líder da Confederação Geral do Trabalho (CGT), Philippe Martinez, partilhou com a imprensa a decisão da Intersindical de enviar uma nova carta a Macron, com a proposta de parar a reforma das pensões para entabular negociações que conduzam ao fim da crise social.

Trabalhadores franceses
voltam a manifestar-se

Praças, avenidas e ruas de Paris e outras cidades francesas acolheram na terça-feira a décima jornada de mobilizações, convocada pelos sindicatos contra a reforma das pensões, lei que o governo descarta retirar.

Balões gigantes e bandeiras com os símbolos dos sindicatos participantes, cartazes, faixas, roupa de trabalho, palavras de ordem e cânticos marcaram o novo protesto, o décimo desde 19 de Janeiro contra uma lei que inclui a extensão da idade de reforma e o aumento do período de descontos obrigatórios.

De acordo com a CGT, dois milhões de pessoas manifestaram-se na terça-feira em França contra a lei, das quais 450 mil em Paris. O transporte público, ferroviário e aéreo, o abastecimento de combustível, a educação e a recolha de lixo na capital são os sectores mais afectados pelas greves, que prosseguem.




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