Exigidas do Governo «próximo» acções concretas pelo interior
Delegados e dirigentes sindicais, mobilizados pela estrutura distrital da CGTP-IN, exigiram do Conselho de Ministros, reunido em Castelo Branco, mais do que meras «juras de amor» ao interior do País.
O Governo já deveria há muito ter adoptado medidas importantes
O Governo realizou ali a sua reunião, no dia 26 de Janeiro, procurando afirmar-se «mais próximo», com ministros envolvidos em dezenas de iniciativas no distrito. De manhã, junto do Centro de Cultura Contemporânea, onde decorreu a reunião formal, compareceram dezenas de dirigentes, representando os mais importantes sectores de actividade da região.
A União dos Sindicatos de Castelo Branco entregou a um representante do primeiro-ministro um documento de «Propostas e Reivindicações», com medidas concretas para o desenvolvimento do distrito.
«Vamos ver se o doutor António Costa ao menos lê alguma coisa, porque aquilo que lá está escrito é aquilo que a União dos Sindicatos acha que o desenvolvimento do interior deveria ser», disse à agência Lusa o coordenador do USCB/CGTP-IN. Sérgio Santos lembrou aqueles que «fazem juras de amor ao interior, em tempos de eleições», mas para os quais «o interior desaparece» em seguida.
Para o dirigente, que salientou os problemas na origem de uma acentuada desertificação, o Governo já deveria ter anunciado «há muito tempo» medidas importantes, como a abolição das portagens nas auto-estradas A23, A24 e A25, a dinamização da ferrovia (com ligações regulares entre Castelo Branco e Guarda) e a melhoria das condições salariais e laborais.
Nas suas propostas, a USCB defende, entre outras medidas: a revitalização do aparelho produtivo e a diversificação das actividades económicas; o reforço da oferta de serviços públicos, em particular na Saúde, Educação e Segurança Social; a criação de uma rede de transportes públicos de passageiros; o reforço das estruturas do SNS na Beira Interior; a construção de ligações de Idanha-a-Nova e Penamacor à A23; a construção do IC31 e do IC6; a transformação de habitações devolutas em habitação social ou de renda controlada; a concretização da regionalização, com a criação de regiões administrativas dotadas de autonomia, competências e meios.
Dirigentes de vários sectores levaram ao «Governo próximo» as reivindicações que têm motivado lutas de trabalhadores, como nos lanifícios, na Administração Local ou nas escolas.