Tomar Partido na luta
Como comprovam as histórias dos muitos novos militantes que têm sido publicadas no Avante!, a formação de consciência de classe e política não é um processo linear. Logicamente, são muitos os caminhos, os momentos e as experiências que uma pessoa pode percorrer e experienciar até chegar ao Partido. O contacto com um ou vários militantes, a procura de respostas para quem vivencia a falta de condições no seu dia-a-dia ou até mesmo a esperança por um futuro melhor são alguns dos muitos catalisadores para quem acaba por encontrar junto do PCP um espaço para intervir e pessoas com quem lutar.
Os dois jovens militantes com quem o Avante! conversou esta semana encontraram o Partido através da JCP.
Duarte, 20 anos, é natural de Santarém, mas está a estudar Engenharia em Lisboa, no Instituo Superior Técnico. Admite que nem sempre se interessou por política, mas que é capaz, já há algum tempo, de observar as injustiças na sociedade. Foi há cerca de um ano e meio que percebeu que as brutais desigualdades entre alguns ricos e muitos outros pobres não eram casos isolados, mas sim problemas sistémicos.
Sobre socialismo, comunismo e marxismo-leninismo conhecia pouco, mas sabia, de forma elementar, que se opunham ao capitalismo. Foi o que bastou para aguçar a sua curiosidade. Pela Internet e de forma auto-didáctica foi lendo e aprendendo mais, concluindo que, em Portugal, era no PCP que estavam as pessoas que defendiam os valores que ele desejava para o futuro.
Mais tarde, no dia 24 de Março do ano passado, decidiu participar na manifestação do Dia Nacional do Estudante. Lá encontrou jovens comunistas organizados, conversou com eles e, ainda no mesmo dia, visitou o Centro de Trabalho Vitória, onde acabou por se inscrever na JCP. Já no Partido inscreveu-se em Novembro, por ocasião da Conferência Nacional.
Carolina também chegou ao PCP através dos jovens comunistas, mas conta uma história ligeiramente diferente. Trabalha na área da hotelaria e estuda Comunicação Empresarial em Coimbra. Como trabalhadora-estudante refere que, a certa altura, com o tempo de aulas, chegava a trabalhar 19 horas por dia. Durante o último Verão, enquanto suportava essas violentas condições de trabalho, um amigo, militante comunista, começou a falar-lhe acerca do Partido.
A partir daí, ao prestar mais atenção, percebeu duas coisas: a injustiça das acusações que atiravam ao PCP e a visão completa que os comunistas tinham acerca do mundo. «Começou a fazer sentido juntar-me, não só pela questão laboral, mas também pela questão estudantil», relata. Começou a participar nas acções e iniciativas organizada pelo Partido e, em Novembro, também chegou a participar na Conferência Nacional.
Carolina preencheu a ficha de inscrição da JCP há pouco menos de dois meses e a do Partido há pouco menos de duas semanas. Apesar de saber que a luta não será fácil, afirma convicta que já acertou no partido onde quer estar.
A todos pede que não se deixem sujeitar a qualquer tipo de injustiças. «No fundo, deveríamos ser todos iguais e ser tratados com respeito», salienta, acrescentando que «estar no Partido também ajuda porque estamos em contacto com pessoas que nos dão apoio para continuarmos a bater o pé e a exigirmos aquilo que é nosso».