«Semana» reafirmou determinação para lutar

Na «semana nacional de luta», que a CGTP-IN promoveu até dia 17, milhares de trabalhadores afirmaram, por todo o País – com expressão nas ruas e, em várias localidades, com alusão à época natalícia –, a determinação de prosseguir o combate por aumentos salariais imediatos e em 2023, incluindo o aumento do salário mínimo para 850 euros em Janeiro.

As perdas dos trabalhadores resultam numa brutal transferência da riqueza para o capital

A afirmação «o custo de vida aumenta, o povo não aguenta» – uma das palavras de ordem mais repetidas pelas centenas de manifestantes que, no dia 16, desceram da Praça de Luís de Camões até ao Rossio, em Lisboa – foi citada por Paulo Raimundo como «a razão fundamental, que se coloca nesta acção de hoje e nas outras, que se estão a passar um pouco por todo o País, nesta semana e nas próximas semanas»

Em Lisboa, dia 16, o Secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, saudou as centenas de manifestantes que desfilaram do Camões até ao Rossio

Em Coimbra, dia 14, no Largo da Portagem

 

No Entroncamento, dia 14, junto da estação ferroviária

 

Em Faro, dia 16, para a Rua de Santo António

Na Novadis, dia 15, em greve

Em Setúbal, dia 14, no Cinema Charlot

Na Accenture, dia 14, em greve

Em Almada, dia 15, manifestação até aos Paços do Concelho

Em Aveiro, dia 17, junto da Ponte dos Laços

Em Braga, dia 14, desfile até à Arcada

Nos entrepostos da DHL, dia 14, em greve

O Secretário-geral do PCP – acompanhado por Ricardo Costa, da Comissão Política do Comité Central, e Teresa Chaveiro, do CC – saudou a passagem da manifestação no final da Rua Garrett. Em breves declarações, reiterou a necessidade de «pôr um fim a este caminho», marcado por «aumentos brutais dos preços de tudo, lucros a aumentar e os salários a baixar», e assegurou que o Partido presta «solidariedade a estes trabalhadores, tal como fizemos e vamos continuar a fazer».

O protesto promovido pela estrutura distrital da CGTP-IN fez parte das iniciativas da «semana nacional de luta», que a confederação promoveu para dar mais força aos combates que têm sido travados em empresas, serviços e sectores e que convergem na reclamação de aumentos dos salários e das pensões.

Para a manifestação em Lisboa foram trazidos símbolos do contraste entre um Natal magro e sem prendas, para a generalidade das famílias, e os grandes lucros obtidos pelos grupos económicos, o que resulta numa brutal transferência para o capital da riqueza criada pelos trabalhadores.

O mesmo sucedeu em Braga (na Arcada, as reivindicações dos trabalhadores, expostas em «pinheiro de Natal», permanecem até 6 de Janeiro) e em Setúbal, no dia 14; em Coimbra, no dia 15; ou em Aveiro, no dia 17.

Esse contraste foi também evidenciado no Rossio pela Secretária-geral da CGTP-IN. Aos jornalistas, Isabel Camarinha salientou que «os trabalhadores vão ter um Natal e um novo ano em que continuam a ver a degradação das suas condições de vida e de trabalho e a não ver a resposta que é necessária à situação que estamos a viver, que passa pelo aumento geral dos salários e das pensões».

O mau tempo vivido neste dias obrigou a adaptações e cancelamentos, tanto no dia 13 (entre as iniciativas noticiadas na edição anterior), como no dia 14. Em Setúbal, por exemplo, realizou-se um plenário de trabalhadores no Cinema Charlot, mas foi anulada a acção nas ruas da cidade.

A par das acções de âmbito distrital ou concelhio, ocorreram greves em diversas empresas, em muitos casos acompanhadas por concentrações de trabalhadores. Entre outras, foram confirmadas lutas deste tipo na Randstad (Elvas, dia 12), Huber Tricot (Santa Maria da Feira, dia 14), DHL Suplly Chain (com piquete na sede, em Vialonga, dia 14, com nova greve marcada para dia 26), Accenture (Algés, dia 14), Hospital de Vila Franca de Xira (dia 15, com concentração no Ministério da Saúde, em Lisboa), Hospital Santa Maria (Lisboa, dia 16, plenário de auxiliares de acção médida, no exterior),

O CESP/CGTP-IN intensificou nesta semana a mobilização para a greve no sector do comércio (distribuição, retalho e grossista), dia 24.

No dia 19, os trabalhadores do CDP dos CTT em Alverca (Vila Franca de Xira) iniciaram uma greve parcial por cinco dias, e entraram em greve, até dia 30, os trabalhadores da DGAV com funções de inspecção sanitária.

Para ontem, foi marcado um protesto de trabalhadores do calçado junto da loja do presidente da associação patronal, Luís Onofre, no Porto.

Hoje e amanhã estarão em greve os trabalhadores da Schindler.

Trabalhadores de call-centers farão greve nos dias 23 a 25 e 30 de Dezembro e 1 de Janeiro.

 



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