PCP presente no 23.º Congresso do Partido Comunista Colombiano
Com a participação de quatro centenas de delegados, o Partido Comunista da Colômbia realizou em Bogotá, entre os dias 7 e 10, o seu 23.º Congresso. O Partido Comunista Português esteve representado por João Frazão, da Comissão Política.
Comunistas colombianos continuam a trabalhar pelo reforço do Partido e da sua influência social e política
Sob o lema «Unidade para o novo poder», o Partido Comunista Colombiano (PCC) realizou, entre 7 e 10 de Dezembro, o seu 23.º Congresso, em Bogotá.
O PCP esteve representado por João Frazão, membro da Comissão Política do Comité Central, que interveio no seminário internacional que precedeu o Congresso, quer no acto de instalação do Congresso, confirmando as fortes relações de amizade e solidariedade que unem o PCP e o PCC.
Precedido pelo seminário internacional «Crise do Capitalismo, Guerra, Paz e Desafios da Integração Latino-Americana e Caribenha», que juntou organizações de diversos países, o 23.º Congresso do PCC realizou-se num momento particularmente significativo da vida política colombiana, com a eleição de Gustavo Petro e Francia Márquez para a presidência e a vice-presidência da Colômbia, em resultado de uma ampla convergência dos comunistas e de outras forças de esquerda e democráticas.
Um Congresso que avaliou o histórico triunfo eleitoral alcançado em Agosto deste ano e que é inseparável do grande movimento grevista e de mobilização popular contra o governo de extrema-direita de Álvaro Duque e, igualmente, do longo património de resistência e luta dos trabalhadores e povo colombianos, que sempre contou com o imprescindível e abnegado contributo de gerações de comunistas colombianos, criando uma situação em que, pela primeira vez na história da Colômbia, há um governo que não está ao serviço das oligarquias ou do narcotráfico.
Os cerca de 400 delegados oriundos de toda a Colômbia avaliaram a nova e desafiante situação no país, com a vitória do Pacto Histórico, bem como a forma de fazer cumprir os genuínos anseios do povo colombiano em ver melhoradas as suas condições de vida e ter um país com justiça social e paz, designadamente os obstáculos, perigos e dificuldades que continuam a colocar-se.
No Congresso, os comunistas colombianos, tendo presente que a nova situação da Colômbia é também factor de inspiração para a luta dos povos da América Latina e Caraíbas em defesa dos seus direitos e soberania nacional e um elemento chave para o relançamento e reforço dos seus espaços multilaterais de cooperação, abordaram ainda a necessidade de assegurar o fortalecimento orgânico e a influência social e política do PCC.
O Comité Central do PCC eleito no Congresso, na sua primeira reunião, elegeu Jaime Caycedo, até agora secretário-geral, como presidente, e Cláudia Flores, directora do semanário Voz, como secretária-geral.
«Paz total» na Colômbia
O presidente do PCC, Jaime Caycedo, considerou que o 23.º Congresso foi produtivo, entusiasta e reflexivo sobre os grandes temas do país e da sociedade.
Isto, sobretudo, porque a Colômbia vive «um novo momento da vida política e social» e porque «o PCC faz parte de um governo democrático, popular, nascido de uma coligação que tem um programa e está a fazer grandes esforços para realizar um conjunto de reformas substanciais na vida da sociedade e do povo colombiano».
Caycedo destacou, à Prensa Latina, a posição do novo governo colombiano sobre a política de paz na América Latina e no mundo e, em particular, o seu compromisso de procurar a «paz total» na Colômbia, através da solução política e do diálogo, «elementos fundamentais para poder derrotar todos os factores que provocam a insegurança».