Reforça-se a exigência de libertação do diplomata venezuelano Alex Saab
Manifestações de apoio à Venezuela e a Alex Saab, diplomata venezuelano sequestrado nos Estados Unidos da América, acompanharam, no dia 12, junto do Tribunal Federal da Florida, em Miami, o início da audiência probatória da sua imunidade diplomática.
Nas expressões de apoio a Alex Saab, detido ilegalmente em condições desumanas num cárcere dos EUA, desde 16 de Outubro de 2021, participaram activistas de organizações e movimentos solidários com o diplomata venezuelano, de diferentes Estados norte-americanos, sob a consigna «Libertem Alex Saab».
Antes de a administração Biden conseguir a extradição de Saab para território norte-americano, o enviado especial venezuelano esteve mais de um ano, desde 12 de Junho de 2020, sob prisão ilegal em Cabo Verde, onde ao longo de 491 dias recebeu, segundo a sua defesa, «torturas e tratamentos cruéis, desumanos e degradantes». Caracas considera a extradição ilegal, além do mais porque Praia e Washington não têm qualquer convénio sobre essa matéria.
Neste âmbito, tiveram lugar, na segunda-feira, 12, acções de protesto pacíficas junto do Tribunal Federal de Miami e do Edifício Federal Rosa Parks de Detroit, Michigan, a propósito da nova audiência que o governo dos EUA move contra o diplomata venezuelano.
A defesa apresentou provas suficientes da sua imunidade diplomática, de acordo com a acreditação feita pelo governo do presidente Nicolás Maduro como enviado especial junto da República Islâmica do Irão desde 9 de Abril de 2018, o que, segundo a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, lhe confere imunidade face a qualquer processo por parte do sistema de justiça norte-americano.
«Sanções dos EUA
são um acto de guerra»
No final da semana passada, durante uma conferência de imprensa para actualizar informação sobre o caso do diplomata venezuelano, a defensora dos direitos humanos e esposa de Alex Saab, Camilla Fabri, declarou que a audiência em Miami decorrerá até ao dia 16, período em que as testemunhas poderão depor a partir da sede da embaixada da Suíça, em Caracas, por teleconferência, uma prática comum neste tipo de processos e que o juiz aceitou.
«Como família, estamos a travar uma batalha legal impecável, temos argumentos e a verdade do nosso lado, lutámos para recolher todas as provas», afirmou a líder do movimento Libertem Alex Saab, que realçou estar consciente de que se trata de «um caso político».
Os EUA estão a apontar Alex Saab como alvo porque ele contribuiu para contornar as sanções ilegais norte-americanas impostas à Venezuela, afirmou Cassia Laham, activista do condado de Broward, na Florida. «Já passaram mais de 300 dias desde que Alex Saab foi preso pelos norte-americanos. Os EUA estão agora a negociar pelo petróleo venezuelano e necessitam de pôr fim às sanções, à guerra e à agressão à Venezuela. Precisam de respeitar a Venezuela e restabelecer laços normais», destacou.
Outro activista, Tom Burke, realçou que «Alex Saab não fez nada de mal. Certamente não deve estar num cárcere norte-americano». E acrescentou que «ele é um enviado especial que fez acordos comerciais de alimentos, medicamentos, tecnologia e outras coisas em benefício do povo venezuelano. São as sanções dos EUA que devem ser julgadas, elas são ilegais, são um acto de guerra».