Greves e manifestações no Reino Unido e Itália

No Reino Unido registam-se novas greves por aumentos salariais e manifestações pelo congelamento das rendas de casa. Em Itália, sindicatos convocaram uma greve por melhores salários.

Carteiros, ferroviários, professores, enfermeiros e outros sectores exigem aumentos salarias

Os empregados dos correios do Reino Unido fizeram nos dias 30 de Novembro e 1 de Dezembro mais uma greve de 48 horas exigindo à empresa Royal Mail um aumento salarial de acordo com a inflação e melhores condições laborais.

A greve nos correios, que se segue a outras idênticas protagonizadas nas últimas semanas por mais de 100 mil carteiros e empregados de escritório, afectou a entrega de cartas e encomendas em todo o país. O Sindicato dos Trabalhadores das Comunicações (CWU, na sigla em inglês) divulgou imagens de grupos de trabalhadores em greve, em diferentes lugares, com cartazes exigindo «salário justo».

Os proprietários da principal empresa britânica de correios recusam desde há meses a proposta sindical de subida de salários que permita aos trabalhadores fazer frente à inflação, que supera já os 11 por cento, e ao crescente custo de vida. Os patrões propõem um aumento de nove por cento durante 18 meses, mas o líder sindical Dave Ward respondeu que tal «oferta» representa um golpe devastador para o sustento dos carteiros e empregados de escritório.

O CWU advertiu que, se as suas reivindicações – que incluem a revogação da imposição de trabalhar aos domingos – não forem atendidas, haverá mais greves nos próximos dias 9, 11, 14, 15, 23 e 24.

A greve dos trabalhadores dos correios coincide com outras semelhantes protagonizadas no dia 30 por professores universitários e do ensino médio superior, ao mesmo tempo que ferroviários, enfermeiros, condutores de ambulâncias e paramédicos anunciam greves nas próximas semanas, com as mesmas exigências.

Congelar as rendas, não os inquilinos

Em Londres, centenas de inquilinos mobilizaram-se, no sábado, 3, defronte de agências imobiliárias, em seis distritos da capital inglesa, reclamando o congelamento das rendas de casa, à semelhança do que fez, desde Setembro, o governo da Escócia.

Os protestos foram convocados pelo Sindicato dos Inquilinos de Londres (LRU), que acusa as imobiliárias de favorecer a «extorsão das rendas muito acima da inflação», daí resultando enormes «custos humanos». Segundo dados do sindicato, as rendas de casa subiram em média cerca do dobro da inflação. E daí a exigência de «congelar as rendas, não os inquilinos».

A sindicalista Rebekah Hesse-Clark disse ao jornal Morning Star que «senhorios e agentes imobiliários estão a usar a actual crise económica para aumentar artificialmente os alugueres e os lucros».

Greve e manifestações contra o governo em Itália

Em Itália, dezena e meia de sindicatos convocaram uma greve geral para sexta-feira, 2, protestos em diversas cidades e uma manifestação nacional em Roma, no dia seguinte, contra as políticas do governo ultradireitista de Georgia Meloni.

Os sindicatos, entre os quais a União Sindical de Base (USB), exigem o controlo do custo de vida e o aumento de salários, rendimentos e pensões. Afirmam que o governo deveria melhorar os salários, nomeadamente os salários mais baixos e as pensões mínimas, reintroduzir uma maior progressividade fiscal, fortalecer as redes de segurança social e congelar os preços das necessidades básicas, mas, «em vez disso, fez exactamente o contrário».

 



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