Exigido no PE o fim do bloqueio contra Cuba

Parlamentares europeus, associações de solidariedade, cubanos residentes em países da Europa, deputados e diplomatas participaram no fórum «Deixem viver Cuba: acabem o bloqueio», organizado no Parlamento Europeu pelo grupo A Esquerda.

Deputados exigiram no Parlamento Europeu o levantamento do bloqueio dos EUA contra Cuba

Sandra Pereira, do PCP, e Manuel Pineda, do Partido Comunista de Espanha, deputados no Parlamento Europeu (PE), qualificaram de criminoso o bloqueio dos Estados Unidos da América contra Cuba e exigiram o seu levantamento.

Num fórum organizado no dia 16, no PE, em Bruxelas, pelo grupo A Esquerda, denominado «Deixem viver Cuba: acabem o bloqueio», os dois eleitos denunciaram os efeitos perniciosos causados ao povo cubano pelo cerco económico, comercial e financeiro imposto há mais de 60 anos. Apelaram à solidariedade com a nação antilhana e lembraram que durante décadas Cuba ajudou muitos povos no mundo, apesar do severo impacto das agressões de Washington que enfrenta.

«O bloqueio não é um slogan, nem um embargo, nem tão-pouco um problema bilateral. O bloqueio constitui uma medida criminosa que afecta os cubanos desde que nascem até que morrem, desde que se levantam até que se deitam, e em todos os aspectos da sua vida», afirmou Pineda.

O vice-presidente do Grupo de Amizade com Cuba no PE exortou a ir mais além da solidariedade política para acompanhar a ilha nos seus esforços de desenvolvimento e para atenuar as consequências do cerco norte-americano.

Por sua parte, Sandra Pereira enalteceu a resistência do povo cubano e qualificou-a como sendo «inspiradora».

 

Reforço do bloqueio
nos últimos dois anos

No fórum, que reuniu representantes de associações de solidariedade oriundas da Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, França, Holanda, Luxemburgo e Portugal, cubanos residentes no continente e diplomatas, dois deputados de Cuba, Félix Martínez e Enrique Alemán, expuseram os prejuízos quotidianos provocados pela hostilidade dos EUA.

Os parlamentares cubanos agradeceram o apoio mundial contra o bloqueio, demonstrado uma vez mais, nos princípios deste mês, quando a Assembleia Geral das Nações Unidas adoptou, pela trigésima vez desde 1992, uma resolução que exige o fim dessa política, num texto apoiado por 185 Estados (numa votação em que apenas dois países votaram contra – EUA e Israel – e outros dois se abstiveram – Brasil e Ucrânia).

Félix Martinez, que preside à Comissão de Assuntos Económicos do parlamento cubano, abordou em particular o recrudescimento do cerco nos últimos anos, que incluiu a aplicação de 243 novas acções hostis para aumentar a asfixia imposta pela administração de Donald Trump (2017-2021), 55 das quais decretadas em plena pandemia da COVID-19.

Já Enrique Alemán destacou o compromisso da sociedade cubana com a defesa da soberania e a sua atitude inovadora e resistente face ao bloqueio e consequências.

A Associação de Amizade Portugal-Cuba, representada pelo seu presidente, Augusto Fidalgo, referiu-se ao sucesso das campanhas de solidariedade que se têm realizado em Portugal e do desenvolvimento do trabalho da associação, que tem chegado a mais pessoas, de Norte a Sul do País, afirmando o compromisso de reforço da solidariedade com Cuba e o seu povo, pelo fim do bloqueio. A jornalista e investigadora Raquel Ribeiro deu o seu testemunho das dificuldades do trabalho de investigação com e sobre Cuba e o bloqueio académico feito aos investigadores cubanos.

 

«Guerra económica
genocida», acusa Cuba

Em Havana, o presidente da Assembleia Nacional de Cuba, Esteban Lazo, agradeceu a solidariedade de parlamentares e associações da Europa com a ilha, na sua luta contra o bloqueio norte-americano. De igual modo, o ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, agradeceu o repúdio ao bloqueio dos EUA contra Cuba expresso por deputados do PE, organizações solidárias e cubanos na Europa.




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