Trabalhadores em luta por salários e direitos
Em países europeus – da Bélgica à Grécia, passando pela França, Espanha e Reino Unido – sucedem-se manifestações de trabalhadores que protestam contra a subida dos preços, exigem aumentos salariais justos e a garantia de direitos.
Em países europeus – da Bélgica à Grécia, passando pela França, Espanha e Reino Unido – sucedem-se manifestações de trabalhadores que protestam contra a subida dos preços, exigem aumentos salariais justos e a garantia de direitos.
Na Bélgica, de Antuérpia a Liège, de Charleroi a Gante, de Mons a Genk, a classe trabalhadora belga enviou uma mensagem clara, no dia 9, com uma greve geral para exigir o congelamento dos preços da energia e aumentos salariais.
Metalurgia, distribuição, produtos químicos, transportes, logística, educação e creches: foram muitos os sectores afectados por esta jornada de greve e acção pelo poder aquisitivo dos trabalhadores. Centenas de membros do Partido do Trabalho da Bélgica (PTB) e de movimentos estudantis estiveram com os piquetes de greve, solidarizando-se com os sindicalistas e apoiando as reivindicações dos trabalhadores.
Em França, no dia 10, decorreu uma jornada nacional de greve e protestos, convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT) e outras centrais sindicais, com a exigência de aumentos salariais face à perda de poder de compra dos trabalhadores, reformados e pensionistas.
Foi a terceira mobilização em menos de um mês, depois das lutas de 18 e 27 de Outubro, num contexto de inflação galopante, superior a seis por cento. A paralisação e as manifestações em Paris e em cidades por todo o país afectaram sectores como os transportes públicos, a educação, a saúde e os correios.
A CGT reivindica, entre outras medidas, o aumento de salário mínimo nacional para dois mil euros brutos e a indexação dos salários à inflação. E rejeita a alteração do sistema de pensões que o governo pretende implementar e inclui o alargamento da idade de reforma.
Em Espanha, realizou-se no dia 13 uma grande manifestação na capital, em defesa do serviço público de saúde e contra as medidas de «destruição» do sector praticadas pela Comunidade de Madrid, governada pela direita.
Mais de 600 mil pessoas participaram no protesto e exigiram nas ruas um serviço de saúde público, universal e de qualidade. Insurgiram-se contra a destruição dos cuidados primários de saúde, contra os longos tempos de espera e contra a precariedade laboral dos profissionais de saúde.
Milhares de médicos participaram na jornada de luta para alertar que precisam de mais recursos e salientar que a situação está no limite, após «anos a suportar muita pressão».
Na Grécia, tiveram lugar no dia 9, em Atenas e noutras cidades, uma greve de 24 horas e manifestações para reclamar medidas de controlo dos preços e exigir a valorização dos salários. As acções foram convocadas pelas mais representativas centrais sindicais do país, a Confederação Geral dos Trabalhadores Gregos (GSEE) e a Frente Militante de Todos os Trabalhadores (PAME).
Na capital, milhares de pessoas encheram as ruas do centro e, empunhando cartazes e faixas, denunciaram as políticas do governo de direita e da União Europeia que «geram pobreza, fome, desigualdade» e «deixam as pessoas congeladas para aquecer os lucros dos grandes grupos económicos».
No Reino Unido, a maioria das estações do metro de Londres fecharam no dia 10, devido à greve dos seus cerca de 10 mil trabalhadores – a sexta paralisação no sector em 2022.
A nova greve de 24 horas foi convocada pelo Sindicato Ferroviário, Marítimo e dos Transportes, após o fracasso das negociações com a empresa TfL, responsável pela administração do serviço de comboios e autocarros da capital britânica.
O sindicato exige que a entidade patronal recue nos planos de cortar 700 posto
de trabalho e mudar o esquema de pensões. E dispõe-se a continuar a luta até uma solução justa para as suas exigências.