Milhares de trabalhadores dos Correios em greve no Reino Unido por aumentos salariais
Cerca de 115 mil trabalhadores dos correios no Reino Unido estiveram em greve nos dias 26 e 31 de Agosto exigindo um aumento salarial, após terem rejeitado uma proposta de subida de dois por cento apresentada pela empresa Royal Mail.
Imagens divulgadas nas redes sociais pelo Sindicato de Trabalhadores das Comunicações (CWU, na siga inglesa) mostraram trabalhadores, com os seus característicos coletes vermelhos, parados fora dos edifícios dos Correios em diferentes lugares do país.
Em muitos edifícios foram afixados cartazes de apoio à greve que, segundo o CWU, é a maior do sector ocorrida no Reino Unido desde 2009.
A paralisação dos trabalhadores dos Correios deverá repetir-se nos dias 8 e 9 de Setembro se até lá os sindicatos não chegarem a acordo com a empresa.
«Não podemos continuar a viver num país onde os patrões obtêm milhares de milhões em lucros enquanto os seus empregados são obrigados a utilizar bancos de alimentos», afirmou o secretário-geral do CWU.
De acordo com o dirigente sindical, o grupo Royal Mail obteve em 2021 ganhos no valor de 758 milhões de libras esterlinas (915 milhões de euros) e os seus accionistas embolsaram 400 milhões de libras (482 milhões de euros) em dividendos. Acrescentou que, apesar dos enormes lucros, a empresa só acedeu a dar um aumento de salário de dois por cento. «Vamos lutar muito duramente para conseguir o incremento salarial que os nossos afiliados merecem», assegurou.
As greves dos trabalhadores do serviço postal somam-se a outras efectuadas nas últimas semanas no Reino Unido por ferroviários e portuários, por motoristas de autocarros do transporte público, por advogados, por trabalhadores da saúde. Estes sectores exigem aumentos de salários que tenham em conta a subida do custo de vida provocada por uma inflação de mais de 10 por cento.