O 34.º Festival de Jovens e Estudantes da EDON (Organização da Juventude Unida e Democrática) decorreu de 6 a 8 deste mês, em Nicósia, a capital cipriota, junto da Porta de Famagusta, na cidade velha, com a participação de dezenas de milhares de pessoas. A EDON é a organização juvenil do Partido Progressista do Povo Trabalhador (AKEL), de Chipre.

No último dia do festival, perante uma multidão constituída sobretudo por jovens, o secretário-geral do AKEL, Stefanos Stefanou, interveio sobre os problemas da juventude e a actual situação no seu país: falou da pobreza, dos baixos salários e do trabalho sem direitos, do desemprego, das dificuldades para aceder à habitação, situações que atingem principalmente os jovens, que «têm poucas oportunidades mas muitas obrigações», enquanto os pais travam uma luta diária para conseguir viver com os baixos salários generalizados.

Instou os jovens a continuar a lutar, mais resolutamente, para que renasça a esperança, para que mude a actual situação difícil, para que finalmente se vire uma página no país.

Para atingir estes objectivos, Stefanos Stefanou apontou a necessidade de livrar Chipre do governo de Nicos Anastasiades e do seu partido DISY (Aliança Democrática), de direita. Governo que já dura há 10 anos e se caracteriza por uma política de «enriquecimento rápido» como elemento central da economia; pela corrupção, a sua «marca registada»; pelo clientelismo como prática quotidiana; e pelo enfraquecimento das instituições independentes como expressão do seu autoritarismo.

«O futuro é a nossa causa»
Dirigindo-se a Andreas Mavroyiannis, candidato independente, apoiado pelo AKEL, na eleição presidencial de 2023, Stefanos Stefanou afirmou que os jovens de Chipre não aguentam mais a situação actual e que estão «ansiosos» pela sua candidatura.

Uma candidatura «para que melhores dias amanheçam; para que o nosso povo e a nossa juventude voltem a respirar; para enfrentar a insegurança económica; para que os trabalhadores tenham dignidade na vida e no trabalho; por um sistema educativo que faça os nossos filhos felizes em ir à escola; por um sistema de saúde com cobertura universal e de qualidade para todos; para a promoção decisiva de uma agenda ambiental; para quebrar o prolongado impasse sobre o problema de Chipre e com a assunção de iniciativas específicas para promover a solução – uma solução que acabará com a ocupação e reunirá nossa pátria e nosso povo, cipriotas gregos e cipriotas turcos».

O secretário-geral do AKEL terminou a intervenção com um apelo à juventude: «O futuro é a nossa causa. Através do nosso trabalho, das nossas acções, das nossas lutas, moldamos as condições do nosso futuro». E, como defende a EDON, «organizamo-nos e lutamos para ter o futuro nas nossas mãos».