«Tiro de pólvora seca»
As listas de colocação para médicos especialistas confirmou «uma ocupação das vagas em várias especialidades muito inferior ao número posto a concurso e mais ainda em relação às reais necessidades do Serviço Nacional de Saúde», isto apesar de o Governo ter anunciado a medida «como a resposta à situação na generalidade dos hospitais», nota o PCP.
Em comunicado divulgado a semana passada, o Partido qualifica como um «tiro de pólvora seca» o concurso, esclarecendo, ainda, «que não era mais do que o já programado».
De facto, ao não tomar as medidas necessárias – ao nível das remunerações, da progressão na carreira e das condições de trabalho em geral, o Governo não poderia esperar um resultado diferente», reafirma-se também no texto, antes de se lembrar que, sem a aprovação das propostas do PCP, «não se conseguirá tornar o SNS mais atractivo para os profissionais.»
«Ao mesmo tempo que se recusa a criar melhores condições, designadamente remuneratórias para médicos e outros profissionais de saúde, (...) o Governo faz avançar a aplicação de prémios de gestão para os próximos administradores hospitalares», denunciam igualmente os comunistas, para quem tal «contrasta não só com a ausência de medidas semelhantes para os médicos e a generalidade dos profissionais de saúde, como também com a falta de recursos dos hospitais e a gritante falta de autonomia da sua gestão.»
«Não se irão obter melhores resultados se os hospitais públicos continuarem subfinanciados, sem recursos humanos ou instrumentos para os atrair e fixar», insiste o Partido, que acusa o Governo de estar «a condenar o SNS, beneficiando «os grupos económicos que fazem da doença um negócio.»