Novas acções se seguirão à greve de ontem nos CTT

Contra uma ac­tu­a­li­zação sa­la­rial média de 0,8 por cento, a con­trastar com a in­flação e com os mi­lhões de euros des­ti­nados a ac­ci­o­nistas e qua­dros de topo, oito sin­di­catos con­vo­caram greve nos CTT.

A ac­tu­a­li­zação sa­la­rial apli­cada re­pre­senta 25 cên­timos por dia

A pa­ra­li­sação par­cial, de duas horas por tra­ba­lhador, abran­gendo todos os ser­viços e re­giões, con­so­ante os res­pec­tivos ho­rá­rios, seria com­ple­men­tada com uma con­cen­tração de di­ri­gentes e ac­ti­vistas sin­di­cais, junto à sede dos CTT, em Lisboa, du­rante a tarde.

«Esta luta re­a­liza-se no dia em que são pagos os ven­ci­mentos e numa al­tura em que a in­flação é de 7,2 por cento, e será um pri­meiro sinal que os tra­ba­lha­dores darão, porque ou­tras ac­ções se se­guirão», afir­mava-se no co­mu­ni­cado con­junto em que, no dia 14, as or­ga­ni­za­ções sin­di­cais (SNTCT, Sitic, Sincor, Sin­qua­dros, Sinttav, Si­comp, Fentcop e SERS) anun­ci­aram a greve e os pe­ríodos de pa­ra­li­sação.

Cla­mando «Basta! Estão a gozar con­nosco», os sin­di­catos acu­saram os CTT de es­tarem «a pre­ju­dicar os tra­ba­lha­dores, ao aplicar, por acto de gestão, au­mentos sa­la­riais de 7,50 euros, ao mesmo tempo que dis­tri­buem 18 mi­lhões de euros pelos ac­ci­o­nistas e usam o di­nheiro para in­vestir no Banco CTT e na re­compra de ac­ções, para di­vidir pelos qua­dros de topo».

No dia 4, a ad­mi­nis­tração apre­sentou a sua úl­tima pro­posta sa­la­rial, que não foi aceite por ne­nhum sin­di­cato – como se re­feria num co­mu­ni­cado emi­tido no dia se­guinte. Com lu­cros de 38,4 mi­lhões de euros, em 2021, os CTT de­ci­diram ac­tu­a­lizar os sa­lá­rios da grande mai­oria dos tra­ba­lha­dores em 25 cên­timos por dia.

 

Luta em Santa Maria da Feira

Na sexta-feira, dia 20, os car­teiros do Centro de Dis­tri­buição Postal de Santa Maria da Feira fi­zeram greve e ma­ni­fes­taram-se nas ruas da ci­dade. Exigem, como se re­fere na in­for­mação di­vul­gada pelo SNTCT, «mais postos de tra­balho, para po­derem ter me­lhores con­di­ções de tra­balho e po­derem prestar um me­lhor ser­viço postal».

Desde dia 23, se­gunda-feira, e até amanhã, dia 27, fazem greve entre as 8h30 e as 10h30.

«Os Cor­reios estão mal em todo o País, mas Santa Maria da Feira é um caso com­ple­ta­mente à parte, por ser caó­tico», disse à agência Lusa um di­ri­gente do sin­di­cato da Fec­trans/​CGTP-IN. An­tónio Pe­reira ex­plicou que «os giros são muito com­pridos e, se antes um car­teiro já não che­gava para o seu cir­cuito e ainda tinha de fazer outro em pa­ra­lelo, por haver muita gente em fé­rias ou de baixa, agora está tudo muito pior, o cor­reio vai-se acu­mu­lando e o que devia ser en­tregue no prazo de um a três dias úteis passou a de­morar uma se­mana e até duas».

«O CDP da Feira chegou ao li­mite dos li­mites, mas não é, in­fe­liz­mente, o único», co­mentou a fe­de­ração sin­dical, no dia 19.

 



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