América Latina não é o quintal de ninguém

O governo de Havana rejeitou as manobras políticas dos EUA ao tentar excluir Cuba de participar na 9.ª Cimeira das Américas, que está agendada para Los Angeles, entre os dias 6 e 10 de Junho próximo.

«A América Latina mudou e não há espaço para restaurar a Doutrina Monroe»

«Os EUA não compreendem que a região da América Latina mudou para sempre e que não há espaço para restaurar a Doutrina Monroe e a visão pan-americanista, com as quais pretende impor a sua dominação hegemónica no Hemisfério Ocidental», afirmou o primeiro-secretário do Partido Comunista de Cuba e presidente da República, Miguel Díaz-Canel.

O dirigente cubano referia-se às tentativas de Washington de excluir a ilha da Cimeira das Américas, que decorrerá em Junho, na cidade de Los Angeles. «Não existe uma única razão que justifique afastar Havana ou outra representação da América deste evento», disse. E enfatizou que «ninguém pode negar que a celebração de outra reunião desse fórum sem a presença de Cuba significaria um retrocesso histórico nas relações hemisféricas».

Havana denunciou, na semana passada, pela voz do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodriguez, a exclusão de Cuba por Washington nos trabalhos preparatórios da cimeira e as «pressões extremas» exercidas sobre governos da região que se opõem aos intentos dos EUA.

O chefe da diplomacia cubana realçou que impedir a presença do país caribenho nessa reunião seria um grave retrocesso histórico. E asseverou que a intenção de tal impedimento obedeceria a uma manobra politicamente motivada, vinculada com a situação interna e eleitoral dos EUA.

Por sua vez, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros de Cuba, Carlos Fernández, considerou que «se os EUA querem um encontro para tratar os temas mais relevantes da região, a 9.ª Cimeira das Américas deve ser inclusiva».

Em entrevista ao diário norte-americano The Hill, destacou que o governo norte-americano, como anfitrião do encontro, sente-se com o privilégio de convidar somente quem quer para o evento e ainda assim chamar-lhe Cimeira das Américas. «Na realidade, a Casa Branca pretende fazer uma cimeira de amigos que sejam capazes de escutar o que diz os EUA, aceitar a agenda dos EUA e repetir o que diz os EUA», acusou o diplomata cubano.




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