Acidente mortal no Fratel
O sinistro ocorrido dia 21, na Barragem do Fratel (Nisa) será «acidente ou crime», questionou a Associação Nacional dos Deficientes Sinistrados do Trabalho. Num comunicado de dia 23, em que se associou «à dor das famílias dos dois trabalhadores, vítimas mortais desta tragédia que podia e devia ter sido evitada», a ANDST exigiu o apuramento de responsabilidades e consequente punição.
Recordando as «muitas dezenas» de mortes no trabalho que ocorrem todos os anos em Portugal, país com a terceira taxa de sinistralidade mais alta da União Europeia, a ANDST responsabilizou o Governo, «porque não fiscaliza as obras, os estaleiros, as fábricas e a prestação do trabalho» e «ignora a Constituição e o direito “à prestação do trabalho em condições de segurança e saúde”».
No que toca à reparação das vítimas e suas famílias, ela está «desgraçadamente a cargo das seguradoras», que «tudo farão para fugir às suas responsabilidades». A associação reafirmou a sua proposta de que a reparação passe a ser «uma obrigação do Estado, através de um seguro social».
«Para defesa do direito à vida, urge tornar totalmente gratuito o acesso à justiça para as vítimas do trabalho e para as suas famílias», defendeu também a ANDST.