Portugal deve defender a paz e a soberania
O Governo devia empenhar-se em pôr fim à escalada do conflito na Ucrânia e a promover o diálogo com vista a uma solução negociada e não na continuação da política de confrontação, com mais ameaças e sanções. Esta foi uma das ideias principais transmitidas por Paula Santos no debate com o primeiro-ministro de preparação do Conselho Europeu, realizado na terça-feira, 22.
Após reafirmar que a posição do PCP «é clara desde sempre, somos pela paz», a deputada comunista afirmou ainda ser preciso «trabalhar para uma arquitectura de segurança na Europa, assente em garantias de segurança mútua, na paz, na cooperação entre os povos e no respeito do direito internacional, da Carta das Nações Unidas, da Acta Final da Conferência de Helsínquia». E garantiu que «não se põe fim à guerra insistindo no caminho que conduziu a ela».
Paula Santos rejeitou o salto militarista da União Europeia, patente na chamada bússola estratégica, por se inserir e acentuar a «abordagem de confrontação, promovida pelos EUA e a NATO», e que prevê o aumento das despesas militares, «quando dizem que não há dinheiro para a saúde, a educação e os serviços públicos, para dar resposta aos graves problemas sociais».
A deputada comunista denunciou ainda a especulação dos preços da energia, combustíveis e alimentação e interpelou o Governo sobre se este pretende «questionar os lucros, rendas e margens, garantindo a redução de preços da electricidade» e se estará «disposto a tomar as medidas necessárias para garantir que os preços nos consumidores reflectem os custos na produção e não os lucros colossais». Reafirmou ainda a necessidade de «iniciar um processo de recuperação do controlo público» do sector da energia.