Governo francês tenta calar solidariedade com Palestina
Duas associações francesas de solidariedade com o povo da Palestina foram dissolvidas pelo governo de Paris. O «crime» dos dois colectivos: a defesa dos direitos nacionais do povo palestiniano.
Repressão visa asfixiar qualquer crítica à política de Israel contra povo da Palestina
Duas associações solidárias com os direitos do povo da Palestina, com sede em França, foram dissolvidas por decisão do governo de Paris. Foram acusadas de incitamento «ao ódio, à violência e à discriminação», acusações que carecem de fundamento.
O ministro do Interior, Gérald Darmanin, tinha anunciado em finais de Fevereiro o processo de dissolução das associações Colectivo Palestina Vencerá e Comité Acção Palestina. Nessa altura, o Colectivo Palestina Vencerá, que se define como «anti-racista e anti-colonialista», tinha denunciado «um ataque contra o movimento de solidariedade com a Palestina».
Entre as últimas ações do colectivo, com sede em Toulouse, estava uma campanha destinada a «denunciar a colaboração dos governos franceses com o apartheid israelita» e a propor a inclusão do tema da Palestina nos debates das eleições presidenciais em França, que decorrem em Abril.
O governo francês procura justificar a medida repressiva alegando que, «sob o pretexto de defender a causa do povo dos territórios palestinianos», este grupo incita ao «ódio, discriminação e violência contra as pessoas devido à sua origem» e «apoia organizações consideradas terroristas», acusações que carecem de fundamento.
Por seu lado, o Comité Acção Palestina, com sede em Bordéus, é uma associação que trabalha para «a realização dos direitos nacionais do povo palestiniano», em particular o «direito de regresso dos refugiados, ou seja, a libertação da terra árabe da Palestina». A associação considera o «sionismo como movimento colonialista e racista».
Este colectivo expressou as «mais profundas preocupações sobre esta nova ofensiva contra associações que defendem a comunidade muçulmana», bem como a sua «inquietação com uma dissolução que visa asfixiar qualquer crítica, por mais dura que seja, à política de Israel».