Grandioso comício do PCP pela paz, a liberdade, a democracia e o socialismo

O comício do PCP no domingo, 6, onde a defesa da paz e a rejeição da guerra adquiriram justa e adequada proeminência, foi um acontecimento maior que culminou, com grandeza consentânea com sua riquíssima e inigualável história, o programa de comemorações do seu Centenário, assinalou o seu 101.º aniversário e constituiu uma grande acção de massas.

Uma vida de luta inteiramente posta ao serviço do povo e da pátria

Passados exactamente dois anos sobre esse outro comício que encheu o Pavilhão dos Desportos no 99.º aniversário, com o qual se deu início às comemorações do Centenário, o comício do Campo Pequeno voltou a ser uma empolgante expressão da força e vitalidade do Partido, culminando da melhor maneira o intenso e multifacetado programa de iniciativas que por todo o País evocaram esse percurso inigualável de um século ao serviço do povo e da pátria.

E por isso Manuela Pinto Ângelo, do Secretariado do Comité Central, que presidiu à componente política do comício, saudou as «organizações e os membros do PCP e da JCP cuja organização, entusiasmo e militância permitiu estas comemorações do Centenário do PCP», assim como «todos os amigos do Partido e todos os democratas que a elas se associaram».

Foi esse trajecto do Partido que soube sempre ser fiel intérprete dos interesses e aspirações da classe operária e de todos os trabalhadores, que nunca virou a cara à luta – fosse contra o fascismo e pela liberdade fosse pela construção da democracia e pela resistência à política de direita –, que foi entusiasticamente celebrado, em ambiente de festa e alegria, pelos muitos milhares de comunistas, simpatizantes e outros democratas que encheram por completo aquele recinto da capital. Entre os quais estiveram os aliados do PCP na CDU, o Partido Ecologista «Os Verdes» e a Intervenção Democrática, bem como muitos outros convidados cuja presença foi saudada e calorosamente aplaudida.

De todos veio a saudação e justo reconhecimento à acção do Partido que, geração após geração, tem sido portador do mais belo e inspirador ideal: a construção de uma sociedade nova, de progresso e justiça social, sem exploradores nem explorados, num mundo de paz, amizade e cooperação entre os povos do mundo. E por isso é, ele próprio, certeza e garantia de um projecto carregado de futuro.

Juventude presente

E o melhor testemunho disso mesmo foi a fortíssima presença juvenil. «JCP, Juventude do PC», foi um grito que repetidamente ressoou na bela sala, activado amiúde pela voz das muitas centenas de jovens presentes, prontamente seguido por muitos outros milhares de homens e mulheres de todas as idades. Palavra de ordem que ganhou uma intensidade ainda maior quando o desfile da JCP, proveniente da Praça da Espanha, sob fortes e cadenciados aplausos, entrou pela porta principal em cuja fachada podia ver-se em painel gigante, a foice e o martelo estilizados que foram a imagem gráfica do Centenário. Para o desfile dos jovens (ver caixa) foi assim a primeira ovação das muitas que iriam repetir-se ao longo das cerca de três horas que durou o comício.

Com tamanha presença da juventude, estava ali o desmentido e a resposta a todos quanto fazem profissão de fé sobre o definhamento do PCP, tomando os desejos por realidade.

A Cultura é um direito

São 15h18 quando o ecoar de instrumentos de percussão e gaita de foles se faz ouvir. Trata-se do Grupo de Bombos Bardoada. Sobem ao palco, tangente ao grande círculo que é a praça do Campo Pequeno, toda ela decorada em tons de vermelho, o mesmo vermelho que tinge as muitas centenas de bandeiras, com os símbolos de identidade do Partido, que tantas e tantas vezes ondularão daí até final do comício. É o início de um belo momento cultural.

Sim à Paz, Não à Guerra

Distinguindo-se no grande círculo, na topo das galerias, seis compridas faixas (também de vermelho e letras garrafais a branco) falam-nos de questões fundamentais que se prendem com o presente e o futuro. Em dois ecrãs de grande dimensão, permitindo a visualização do que se passa em palco a partir de qualquer ponto - por onde passara já um vídeo com imagens sobre iniciativas do Centenário e a acção e luta do Partido -, uma mensagem é particularmente forte e sobressai do fundo azul: «Paz Sim, Guerra Não!».

A mesma mensagem está em pancartas, em panos, constituindo-se, sobremaneira, como a palavra de ordem mais ouvida. Sensíveis a ela estiveram também os artistas nas suas actuações, como estiveram, já na componente política do comício, os que nele intervieram: Inês Rodrigues, do Secretariado e da Comissão Política da Direcção Nacional da JCP, Margarida Botelho, do Secretariado, Paulo Raimundo, do Secretariado e da Comissão Política e o Secretário-geral, Jerónimo de Sousa (ver intervenções nas páginas seguintes).

Acontecimento memorável

Em tudo equiparável a outros grandes e históricos momentos protagonizados por si naquele mesmo espaço, o comício culminou assim as comemorações do Centenário do PCP, assinalou o seu 101.º aniversário e constituiu uma grande acção de massas inserida na luta em defesa da paz, pela resolução dos problemas nacionais, pela melhoria das condições de vida dos trabalhadores e do povo, contra a exploração e o empobrecimento, pela ruptura com a política de direita, por uma política alternativa patriótica e de esquerda, pela afirmação do ideal e projecto comunistas .

Vivido em ambiente combativo e de contagiante confiança e júbilo, com momentos de grande intensidade e emoção, o comício foi ainda uma significativa e vibrante demonstração da força de todo o colectivo partidário, da sua coesão e unidade em torno da sua direcção e da sua orientação política.

Pela elevadíssima participação, pelo grau de organização demonstrado, pela qualidade do momento cultural, pelas intervenções proferidas, pela atmosfera de confiança que dele emanou, o comício ficará inscrito como uma memorável página na história heróica do PCP, projectando a sua acção, com os trabalhadores e com o povo, na actualidade e no futuro

São 17h59 quando, depois de cantados o Avante, camarada, a Internacional e A Portuguesa, o comício é dado por encerrado.

De autocarro, de comboio, em transporte próprio, é o regresso a casa de quem veio de todos os pontos do País, alguns de bem longe. Algum cansaço, seria natural. À saída, a satisfação nos comentários e o sorriso nos rostos dizem porém o contrário. A energia recebida traz conforto e novas forças para as lutas que aí estão e para tantas outras que hão de vir.




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