Contigo todos os dias! é lema, compromisso e realidade quotidiana

O PCP realizou no sábado, 5, uma vibrante sessão pública que fez transbordar o Fórum Lisboa: de militantes e simpatizantes, sim, mas sobretudo de determinação e de confiança na força transformadora da luta dos trabalhadores e do povo e no projecto, nos valores e na acção do PCP.

Perante a redobrada exigência dos tempos que aí vêm, os comunistas dizem uma vez mais presente!

Os tempos reclamam firmeza ideológica e disponibilidade revolucionária

Na sua primeira grande acção pública após as eleições legislativas de 30 de Janeiro, o PCP disse uma vez mais ao que vinha: Contigo todos os dias! Salários. Pensões. Saúde. Habitação foi o lema da sessão do passado sábado (e será das que terão lugar no Porto e em Setúbal nos dias 13 e 19). Mais do que uma mera proclamação, representa um compromisso de um século, que as actuais gerações de comunistas assumem como seu e reafirmam na sua acção quotidiana.

Isso mesmo foi sublinhado por Jerónimo de Sousa quando, a terminar a sua intervenção (que publicamos nestas páginas), garantiu que «hoje como sempre, é no PCP que se encontrará essa força de todos os dias para os combates e a luta dos trabalhadores e do povo em defesa dos seus interesses e aspirações». Nas novas condições criadas pelas recentes eleições, que resultaram numa maioria absoluta do PS, numa maior expressão institucional das forças reaccionárias e na redução do número de deputados do PCP, o Secretário-geral reconheceu que os comunistas trabalham e agem agora «num quadro mais difícil». Porém, reafirmou, «cá estamos e cá continuamos determinados em prosseguir com confiança a intervenção em defesa dos interesses e aspirações dos trabalhadores e do povo, das soluções para os problemas nacionais».

Após lembrar os graves problemas que o País enfrenta, que não só não se resolveram com as eleições como previsivelmente se agravarão, Jerónimo de Sousa realçou que «os tempos que vivemos reclamam e exigem um Partido Comunista Português forte, determinado e convicto. Reclamam firmeza ideológica e uma grande disponibilidade revolucionária para assegurar com êxito as exigentes as tarefas que a actual situação coloca».

Os que fazem acontecer

Quem sabe faz a hora, não espera acontecer: o refrão da célebre canção de Geraldo Vandré, um dos hinos da luta pela democracia no Brasil, ali interpretada por Sofia Lisboa e Tiago Santos, podia bem ser ela própria uma palavra de ordem daquela sessão. Os que enchiam o amplo espaço do Fórum Lisboa são precisamente muitos daqueles que diariamente «fazem acontecer» a acção e a luta: nas empresas, nos sindicatos e associações, nos bairros.

Desta acção e desta luta falou Cátia Lapeiro, do Comité Central, referindo-se ao distrito de Lisboa: grandes superfícies, IPSS, Misericórdias, sectores da saúde, hotelaria e cultura, banca, correios, transportes, vigilância, limpeza industrial, cantinas e centros de contacto foram alguns dos sectores em que se travou a luta nos últimos tempos.

Reforçar a organização do Partido e ligá-la cada vez mais aos problemas e aspirações dos trabalhadores e das populações é o principal desafio colocado aos comunistas de Lisboa, acrescentou.

Antes, já Kaoê Rodrigues tinha sublinhado a necessidade de levar ainda mais longe a influência da JCP junto da juventude, realçando que «resistir, avançar e lutar, sem recuar nem um milímetro» é o imperativo da organização juvenil comunista. Também neste caso, acrescentou o jovem comunista, «é preciso continuar a alargar a nossa influência, chegar a mais colegas e amigos, colocar na forma como intervimos o rigor a exigência que nos é inerente, mostrar que aquilo que defendemos não só é justo como é também possível».

Momento emocionante da tarde foi, também, a leitura de um poema de (e por) Ana Abel, escrito em 1977, mas plenamente actual, sobre o que é – então como hoje – ser comunista: (…) Ver para além/ Da situação mais triste// Nunca perder/ O fim em vista/ Isto/ Camarada/ É ser comunista.

 



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