Urânio empobrecido é crime por julgar
A utilização, pela NATO, de munições com urânio empobrecido durante os ataques aéreos contra a Jugoslávia, em 1999, está a motivar a apresentação de processos judiciais por parte de vítimas sérvias deste tipo de armamento. Durante essa agressão militar, foram lançadas sobre a então República Federal da Jugoslávia (que compreendia os actuais Estados da Sérvia, Montenegro e Kosovo) entre 10 a 15 toneladas de urânio empobrecido, o que provocou danos ambientais e teve graves consequências na saúde das populações, nomeadamente ao aumentar em cinco vezes a incidência de doenças oncológicas.
O líder da equipa jurídica responsável pelos processos, Srdjan Aleksic, fala de uma acção judicial por fases, em que a primeira incidirá sobre cinco casos concretos, de soldados falecidos e doentes e polícias que estiveram no Kosovo naquela altura. Após a admissão dos processos pelo Tribunal Superior de Belgrado e o envio no prazo de seis meses de uma notificação formal, a NATO terá 30 dias para responder às acusações.
A apoiar a equipa sérvia está o advogado Angelo Fiore Tartaglia, que representou o grupo de militares italianos a quem a Justiça do país decretou uma indemnização de 300 mil euros pelo desenvolvimento de doenças mortais devido às bombas de urânio, quando estavam em missão no Kosovo. Srdjan Aleksic defende agora igual tratamento para as vítimas sérvias.