Com confiança, lutar pelo futuro!

João Dias Coelho (Membro da Comissão Política)

Passadas que estão as eleições autárquicas e a instalação dos órgãos, importa relembrar que pese embora as perdas (com impacto sobretudo no futuro próximo da vida das populações e dos trabalhadores) a CDU continua a ser uma importante força autárquica com centenas de eleitos nos diversos órgãos. Uma força com que os trabalhadores e o povo contarão para a luta de todos os dias em defesa dos direitos e pela melhoria da sua qualidade e condições de vida.

Ontem, como hoje, estaremos sempre do lado certo

A «nuvem de pó» que tolda ou encobre a realidade por via da acção mediática da comunicação social dominada e dominante visa distorcer, encobrir, apoucar a força que, para além de ser protagonista do maior feito revolucionário e transformador no País – a Revolução de Abril –, tem um projecto de transformação da sociedade capitalista e a construção de uma sociedade sem explorados nem exploradores. Que é inseparável da Democracia Avançada com os valores de Abril no futuro de Portugal e da política patriótica e de esquerda que o PCP propõe, em ruptura com o ciclo de mais de 44 anos de política de direita protagonizada por PS, PSD e CDS-PP e seus sucedâneos.

Sabemos por experiência feita que a ideologia do poder e sistema dominantes – a capitalista – tudo tem feito para reduzir a democracia às eleições, afastando os trabalhadores e o povo de uma intervenção activa na vida económica e social do País, criando acrescidas dificuldades à intervenção sindical e à luta, procurando moldar as consciências à ideologia do pensamento único e reduzir a aferição da influência de cada força aos resultados eleitorais.

Sabemos que a direita política, económica e social não perdoa o facto de prosseguirmos, desde há 100 anos, a luta por um País soberano, liberto da exploração e que por isso tudo fará para destruir a força que com coerência se lhe opõe. Sabemos desde há 100 anos que perder e ganhar faz parte da luta de classes, mas sabemos também que o PCP – com as suas raízes fundas nos trabalhadores e no povo – nunca virou as costas à luta, encontrando sempre na força, no saber e experiência dos trabalhadores e do povo a força e a confiança para prosseguir a luta.

É com essa confiança que encaramos o futuro, lutando e reforçando o Partido lá, onde se trava a luta de classes, estando todos os dias ao lado dos explorados, dos que sofrem, dos que querem e lutam por uma vida melhor, ampliando a unidade dos democratas e patriotas: esse é, será sempre, o nosso ponto de partida e de chegada. Parafraseando Lénine, a nossa luta «é imortal», porque imortal é a causa da total emancipação dos trabalhadores.

Força decisiva

À beira da discussão e votação do Orçamento do Estado para 2022, eis que a direita e a comunicação social dominante, para além da introdução de elementos desviantes do essencial, depois de passarem horas a fio a apoucar o PCP e a criarem a falsa ideia de que pudesse ser uma força de suporte ao Governo do PS, e em declínio e com morte anunciada, «descobrem» que afinal o PCP – que nunca perdeu o sentido e o norte da sua identidade, nem dos seus objectivos estratégicos, nem imediatos – se bateu e baterá em todos os espaços e momentos pela concretização da elevação das condições de vida dos trabalhadores e do povo. Que é uma força decisiva na construção de um País com futuro liberto da submissão à União Europeia e aos interesses do grande capital, solidária com todos os povos do mundo.

Que se desenganem os que pensam que cederemos à pressão mediática ou que nos «aninharemos» na táctica do oportunismo político próprio da social-democracia e da direita. Ontem, como hoje, estaremos sempre do lado certo: do lado dos trabalhadores e do povo.




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