Venezuela exige libertação de diplomata extraditado para os EUA
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, apelou a uma campanha nacional e internacional pela libertação do diplomata Alex Saab, extraditado para os Estados Unidos da América após 491 dias de detenção em Cabo Verde.
Acusou o governo norte-americano de sequestrar o diplomata venezuelano como parte da política de perseguição contra o seu país e em violação das normas do direito internacional.
Confirmou o compromisso das autoridades da Venezuela na batalha legal pela libertação de Saab, no quadro da qual recorrerão a todas as instâncias adequadas, ao mesmo tempo que apelou ao povo venezuelano a unir-se contra esta injustiça.
Reiterou o carácter ilegal e arbitrário da detenção de Saab em Cabo Verde, ratificado em duas ocasiões pelo Tribunal de Justiça da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), que declarou a sua inocência e proibiu a sua extradição – que veio a concretizar-se, na semana passada, na véspera da eleição presidencial cabo-verdiana.
Denunciou que Saab foi vítima de tratamento desumano na prisão, «para obrigá-lo a mentir, para convertê-lo num falso acusador contra a Venezuela».
Maduro assegurou que os EUA procuram torpedear os diálogos de paz entre o governo bolivariano e a denominada Plataforma Unitária da oposição, já que Saab é membro de pleno direito da delegação governamental nas negociações. Em protesto contra o sequestro do diplomata por parte de Washington, a representação governamental venezuelana suspendeu a sua presença na quarta ronda de negociações, que deveria ter começado no domingo, 17, no México.
A Venezuela acreditou Alex Saab em 2018 como enviado especial, cujas funções consistiam em facilitar a obtenção do fornecimento de medicamentos, alimentos e outros bens, face aos obstáculos impostos pelo bloqueio ilegal dos EUA.
Em meados de 2020, o enviado especial foi detido em Cabo Verde a pedido de Washington, durante uma escala técnica do avião que o transportava, em violação da sua imunidade diplomática.