Sede da CGIL em Roma assaltada
A sede nacional da Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL) ficou parcialmente destruída após um ataque perpetrado no sábado, 9, por membros do grupo neofascista Forza Nuova. O assalto ocorreu após uma manifestação contra a decisão governamental de exigir certificado de vacinação contra a COVID-19 para aceder a locais de trabalho e instituições docentes.
O secretário-geral da CGIL, Maurizio Landini, qualificou a acção de ataque à democracia e ofensa à Constituição da República nascida da resistência antifascista: «Que ninguém pense em fazer retornar o nosso país aos anos do fascismo», realçou. A CGIL convocou, entretanto, uma manifestação unitária com outras duas grandes centrais sindicais, para sábado, 16, em Roma, onde será exigida a dissolução das forças políticas autodefinidas como fascistas, como está previsto pela Constituição italiana.
Dirigentes dos principais partidos italianos e diversas organizações (nacionais e estrangeiras) repudiaram o assalto à sede sindical. O Partido Comunista Italiano pela voz do seu dirigente Mauro Alboresi, repudio o ataque «claramente fascista» e garantiu que «não pode haver espaço para eventos cujo caráter subversivo é cada vez mais evidente». O Partido da Refundação Comunista, por seu lado, considera «inaceitável» a invasão da sede da CGIL «por fascistas», acusando ainda as forças de segurança por não terem «garantido protecção à sede da maior organização de trabalhadores italianos».
Também a CGTP-IN condenou o sucedido, associando o ataque à «crescente presença e organização de forças preparadas para minar a democracia, as liberdades e os direitos civis, nomeadamente os direitos e as liberdades sindicais», e realça que os «sindicatos e todas as organizações democráticas devem rejeitar e combater firmemente essas acções».
A obrigatoriedade do certificado de vacinação, conhecido como Green Pass, tem sido fortemente contestado, tem sido considerado um «instrumento de controlo social», rejeitando-se que os trabalhadores possam ser prejudicados por não o terem.