O documento reclama, também, o «controlo sanitário» e a «densidade das populações» desses animais. A CNA e as suas filiadas há muito que vêm alertando para este grave problema que afecta cada vez mais explorações agrícolas de Norte a Sul do País, mas, até ao momento, apesar das reclamações dos agricultores e de várias propostas apresentadas, não há resposta nem medidas concretas por parte do Governo.

«Para além das dificuldades de escoamento a preços justos à produção ou da imparável ascensão dos preços dos vários factores de produção, a sustentabilidade das explorações agrícolas é fortemente penalizada pelos prejuízos causados por animais selvagens, que, além da destruição da produção, colocam em causa o potencial produtivo das explorações agrícolas», adianta a Confederação, lembrando que esta situação «arrasta-se sem resolução à vista», colocando muitos agricultores «em sérias dificuldades em continuar a actividade».

«Os agricultores não podem continuar a pagar, sozinhos, estes prejuízos, devendo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) ressarcir os agricultores, reclamando esses valores das entidades responsáveis, se as houver», defende a CNA, apelando à intervenção da AR, aguardando ser recebida em audiência pelo presidente desse órgão de soberania para dar seguimento ao apelo dos mais de mil peticionários e, desta forma também, defender a Agricultura Familiar e a soberania alimentar do País e das populações.

Medidas urgentes de apoio
aos produtores de leite

Perante a grave situação vivida no sector do leite, a União de Agricultores e Baldios do Distrito de Aveiro apelou, no dia 9 de Setembro, à convergência para a luta dos produtores e organizações em torno de objectivos concretos, na tentativa de encontrar e exigir medidas urgentes de apoio aos produtores de leite do distrito, nomeadamente a fixação do preço por litro de leite nos 0,36 euros com vista ao seu aumento progressivo, contestar a redução das ajudas da Política Agrícola Comum (PAC) e denunciar junto do Governo a implementação de medidas que poderão arruinar as várias produções ainda em funcionamento.

Desta forma os produtores de leite teriam maior capacidade para lidar com as dificuldades evidenciadas no sector, desde logo fazer face ao aumento dos preços dos factores de produção (rações, adubos, combustíveis e energia eléctrica) e às exigências e regras comunitárias no que toca ao bem-estar animal, tratamento de efluentes e redução do número de animais por exploração.