Manifestantes contra Bolsonaro enchem de novo ruas do Brasil

No 199.º aniversário da independência do Brasil, a 7 de Setembro, 300 mil manifestantes contra o governo de Bolsonaro saíram às ruas em cerca de 200 cidades do país, protestando contra a sua governação anti-popular.

Protestos mobilizaram 300 mil pessoas em 200 cidades brasileiras

Manifestações contra o Presidente Jair Bolsonaro decorreram na terça-feira, 7, Dia da Independência do Brasil, em duas centenas de cidades brasileiras, mobilizando milhares de pessoas. Houve também actos simbólicos de protesto organizados em cidades estrangeiras, entre as quais Lisboa. Os protestos ocorreram em simultâneo com concentrações em São Paulo e Brasília convocadas por apoiantes bolsonaristas. Os protestos ocorreram em simultâneo com concentrações em São Paulo e Brasília convocadas por apoiantes bolsonaristas.

Os protestos populares foram convocados pela Campanha Nacional «Fora Bolsonaro», dinamizada pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular e por partidos políticos, centrais sindicais e movimentos sociais, dando continuidade às lutas denunciando a governação anti-popular e as intenções golpistas do presidente e pedindo o seu afastamento.

Com o lema «A vida em primeiro lugar», também o movimento dos excluídos juntou-se à campanha «Fora Bolsonaro». Desde há quase três décadas, a 7 de Setembro, realiza-se o Grito dos Excluídos, iniciativa em que diferentes organizações denunciam os problemas sociais no Brasil e reivindicam condições para o exercício dos seus direitos.

Os protestos anti-bolsonaristas e a 27.ª edição do Grito dos Excluídos encheram as ruas em cerca de 200 cidades do Brasil. Estas manifestações, denominadas «#7SForaBolsonaro», realizaram-se em todos os Estados brasileiros, no distrito federal de Brasília e, ainda, em oito outros países.

Segundo os organizadores, o objectivo foi «difundir o lema “A Vida em primeiro lugar” e denunciar o aumento do desemprego, a fome, os altos preços, o valor das tarifas energéticas e a falta de alimento no prato. E também para defender a democracia».

A tensão no país sul-americano cresceu na véspera das manifestações, quando simpatizantes bolsonaristas, incentivados por apelos do Presidente, romperam barreiras policiais que, alegadamente, tentavam impedir o seu acesso à Esplanada dos Ministérios, na zona central de Brasília. Caravanas de camiões e autocarros com apoiantes de Bolsonaro de vários pontos do país entraram não só na capital federal mas também em São Paulo, as duas cidades onde Bolsonaro interveio em actos públicos.

Esta mobilização bolsonarista é considerada um «desafio aberto» ao Tribunal Supremo Federal (STF), que investiga uma série de irregularidades sobre questões eleitorais e «veracidade de informação» (difusão de notícias falsas) cometidas pelo Presidente.

 

Contra a fome
e pela democracia

Na jornada anti-bolsonarista de 7 de Setembro, mais de 300 mil pessoas protestaram em cerca de 200 cidades brasileiras, conforme estimativa da Campanha Nacional «Fora Bolsonaro».

Segundo os organizadores, as ruas ficaram marcadas entre aqueles que «defendem democracia e comida no prato e aqueles que defendem ditadura e fuzil.»

Em dezenas de cidades, os protestos foram acompanhados de acções de solidariedade, com arrecadação e doação de toneladas de alimentos à população mais atingida pela fome.

Além de reivindicar soluções imediatas para um dos piores momentos da crise económica e social no Brasil, os manifestantes repudiaram as ameaças golpistas de Bolsonaro, que vem pregando uma intervenção militar contra os poderes judicial e legislativo.

«Sem dúvida, tivemos o maior Grito dos Excluídos nesses 27 anos de existência, mas o importante foi fazer esse acto enfrentando todo o discurso fascista e toda a narrativa do medo construídos pelos golpistas», afirmou Josué Rocha, um dos responsáveis pela mobilização.

Em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Brasília, em Belo Horizonte e noutras cidades, as manifestações populares exigiram «vacina, pão, trabalho e educação», tendo os protestos decorrido pacificamente, apesar das provocações bolsonaristas.

Foi convocada para quarta-feira, dia 8, uma reunião para discutir a destituição de Bolsonaro, face às «gravíssimas declarações» proferidas na véspera. O propósito é analisar a possibilidade de abertura de um processo de juízo político e mais medidas legais e iniciar um debate sobre o assunto com outros partidos.

Solidariedade do PCP com luta do povo brasileiro

António Filipe, membro do Comité Central do PCP e deputado na Assembleia da República, expressou a solidariedade com a luta do povo brasileiro em defesa da democracia, face às gravosas políticas do governo do presidente Bolsonaro e aos seus renovados intentos golpistas. António Filipe interveio numa acção realizada anteontem em Lisboa por iniciativa do Núcleo do PT em Portugal, em apoio aos protestos do mesmo dia, em várias cidades brasileiras.




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