Confirmados massacres em 2019 pelos golpistas na Bolívia
O relatório final de um grupo de peritos da Comissão Inter-americana dos Direitos Humanos (CIDH) confirmou que foram cometidos massacres pelos golpistas na Bolívia após a eleição presidencial de 2019, ganha por Evo Morales.
Uma comissão de inquérito da CIDH ratificou que foram perpetrados massacres pelo exército e pela polícia contra civis durante actos violentos pós-eleitorais, em 2019, na Bolívia – como a esquerda boliviana tem persistentemente denunciado desde há quase dois anos.
O Grupo Interdisciplinar de Especialistas Independentes (GIEI) da CIDH investigou a violência e as violações dos direitos humanos ocorridas no período de 1 de Setembro a 31 de Dezembro de 2019. Esses factos provocaram 38 mortos.
O relatório confirma que os massacres foram cometidos nas cidades de Sacaba (perto de Cochabamba, no centro do país) e Senkata (a sul de La Paz) e considera necessário levar a cabo um processo de reparação, a fim de que as vítimas e suas famílias obtenham justiça.
O texto destaca «o uso excessivo e desproporcionado de força» pelo exército e pela polícia, que «não conseguiram prevenir de maneira adequada os actos de violência, deixando os cidadãos sem protecção». E nota que houve também civis a encorajar e executar acções violentas.
Patrícia Valdez, membro do GIEI, afirmou que «as violências racistas perpetradas contra as populações autóctones e em especial contra as mulheres foram particularmente intensas e os responsáveis devem ser punidos».
O presidente boliviano Luís Arce declarou que este relatório dá «claramente conta das graves violações dos direitos humanos, dos massacres e das execuções extrajudiciais que tiveram lugar» durante o golpe de Estado contra o ex-presidente Evo Morales, em Novembro de 2019.