«O Lugre» no Seixal

«O Lugre», do dramaturgo Bernardo Santareno, estreou a 22 de Julho no Auditório Municipal do Fórum Cultural do Seixal. Em cena até ao próximo sábado, a peça, com uma minuciosa encenação de Maria João Luís, contraria a visão pacífica e oficial das condições de trabalho e da pesca do bacalhau, divulgada pela ditadura.

Embarcado no navio-hospital Gil Eanes, e também nos arrastões Senhora do Mar e David Melgueiro, Bernardo Santareno (pseudónimo de António Martinho do Rosário) trabalhou como médico na frota bacalhoeira portuguesa na Terra Nova. Dessa experiência e dos testemunhos e histórias dos marinheiros que desse modo conheceu resultou este drama, conhecedor da vida árdua dos pescadores portugueses dos mares do Norte, mas também dos conflitos próprios à vida dos embarcadiços e dos modos diversos como cada um à sua maneira e todos em conjunto encaravam os perigos.

Nesta história, o homem é obrigado a confrontar a natureza e, ao fazê-lo, vê-se perante si mesmo e em oposição a outros homens. Um regresso do Teatro da Terra à obra de Bernardo Santareno, num trabalho que mais uma vez evidencia o poder das palavras do dramaturgo, com um texto que dá a conhecer a vida dura de quem a arrisca quotidianamente e as diferentes reacções humanas perante as adversidades.

 

 



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