Numa nota da Fectrans, refere-se que, «nas principais categorias profissionais, os salários de entrada estão cada vez mais perto do salário mínimo nacional», assinalando que «é com esta realidade que o Governo tem feito a propaganda sobre os planos para a ferrovia» e tem elogiado «a capacidade de os trabalhadores das oficinas fazerem a recuperação de material circulante, ou seja, são competentes, mas mal pagos».

Na Infra-estruturas de Portugal (IP), a federação já tinha considerado, no dia 15, que a proposta de actualização salarial apresentada pela administração «perante o anúncio da greve» era «muito insuficiente» e «só abrangeria 308 dos 3500 trabalhadores abrangidos pelo acordo colectivo de trabalho». Para o pessoal das empresas do Grupo IP (IP Infra-estruturas, IP Património, IP Telecom e IP Engenharia), a proposta patronal foi de dez euros, para quem auferia salários até 791 euros; os salários superiores subiriam... para 801 euros.

«Apesar de ser uma proposta que fere a dignidade de quem trabalha e discrimina a maioria dos trabalhadores, ela só apareceu porque se marcou uma greve», salientou a federação.

Num comunicado conjunto que emitiram esta segunda-feira, dia 24, a Fectrans e a Federação da Função Pública (FNSTFPS, cujos sindicatos representam os trabalhadores da Estradas de Portugal, fundida com a Refer para criar a IP), apela-se à participação neste dia de luta.

São criticados, no comunicado, o Governo e a administração porque, ao mesmo tempo que é recusada a negociação do aumento dos salários dos trabalhadores, são feitos «recrutamentos externos, com salários acima da tabela e com outras mordomias», o que representa «prejuízo para os trabalhadores da empresa e o seu subaproveitamento»

Além da greve, as estruturas sindicais da CGTP-IN convocaram para hoje concentrações de trabalhadores da CP e da IP no Porto (estação de São Bento, às 9 horas) e em Lisboa (Ministério das Infra-estruturas, às 10h30, com a participação da Secretária-geral da confederação, Isabel Camarinha).