Nord Stream 2 avança apesar de Washington
A construção do gasoduto Nord Stream 2 vai ser concluída o mais cedo possível, independentemente das decisões de Washington sobre o projecto, garantiu a presidência da Rússia. Comentando a decisão do governo dos Estados Unidos da América de levantar as sanções ao operador do Nord Stream 2, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, considerou-a uma «medida positiva» e reafirmou que as obras estão em marcha e que, como foi manifestado em mais de uma ocasião, prosseguem apesar de todas as dificuldades.
«Nós, tal como os sócios internacionais deste projecto, estamos convencidos de que a sua conclusão não deve estar sujeita à pressão de países terceiros. Isso é ilegal e, de um modo geral, não se ajusta às normas dos negócios internacionais», insistiu o porta-voz.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Heiko Maas, acolheu com satisfação a decisão norte-americana de renunciar às sanções sobre o consórcio internacional Nord Stream 2 AG.
Na semana passada, a secretária de Imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, revelou que a Administração Biden, invocando «preocupações de interesse nacional», renunciou a implementar sanções contra o Nord Stream 2, até porque «não é possível travar um projecto já construído em 95%» noutro país. No entanto, ao mesmo tempo que suspendiam as suas sanções, os EUA impuseram sanções a outras três entidades russas e a treze navios envolvidos na construção do Nord Stream 2.
O Nord Stream 2 ligará Rússia e Alemanha através do fundo do mar Báltico, aumentando a capacidade de entrega de gás do Nord Stream 1. Tem uma extensão de mais de 1200 quilómetros e as obras começaram em 2018. Atravessa as zonas económicas exclusivas e as águas territoriais da Alemanha, Dinamarca, Finlândia Suécia e Rússia, estando previsto que transporte, por ano, 55 000 milhões de metros cúbicos de gás natural proveniente da Rússia.
O projecto conta com a oposição activa dos EUA, que querem vender o seu gás liquefeito à Alemanha e a outros parceiros. A Rússia contrapõe que o projecto beneficiará os países europeus e contribuirá para reforçar a sua segurança energética.