Estudantes do Ensino Superior em jornada de luta nacional

Estudantes por todo o País estiveram, no dia 28, em luta contra as propinas, por um ensino democrático, gratuito e de qualidade, e pela resolução de outros problemas estruturais do Ensino Superior (ES).

«É hora de avançar, a propina é para acabar»

Sob o lema «É hora de avançar, a propina tem de acabar!», centenas de estudantes saíram à rua em Lisboa, no Porto, Évora, Caldas da Rainha, Covilhã, Faro, Coimbra e em Braga, onde assinalaram a sua presença com várias acções. O protesto foi convocado por nove Associações de Estudantes e Associações Académicas.

Em Lisboa, onde mais de duas centenas de estudantes manifestaram-se entre o Largo Camões e a Assembleia da República, pode ouvir-se palavras de ordem como «acção, Acção Social não existe em Portugal», «faça sol ou faça chuva, os estudantes estão na rua», ou ainda «propina, propina é para acabar».

No final, já concentrados na Rua Correia Garção e na Rua de São Bento (mesmo em frente à Assembleia da República) e sob os gritos «Governo escuta, estudantes estão em luta», alguns dos dinamizadores daquela acção realizaram algumas intervenções.

«Estamos aqui hoje pela defesa daquilo que deve ser o ES. Um ES que não seja deixado ao abandono por opções políticas que devastam o sector e que o levam, passo a passo, para a destruição daquilo que deveria ser», afirmou José Pinho, Presidente da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, uma das nove associações que subscreveram o apelo inicial para uma jornada de luta nacional no dia 28 de Abril.

«Esta é a hora de fazer do ES aquilo que realmente deveria ser», afirmou o dirigente já no final da sua intervenção. «Um ensino que todos possam frequentar, um ensino democrático construído pelos estudantes, e um ensino com qualidade, para assegurar o futuro de uma geração que representa o futuro do País», reclamou.

JCP saúda a luta
Reiterando a sua presença, de sempre, ao lado das justas aspirações e reivindicações dos estudantes e dos jovens portugueses, a Direcção Central do Ensino Superior da JCP saudou a jornada de luta de 28 de Abril. «As acções de luta organizadas pelos estudantes confirmaram a combatividade e coragem e demonstraram a unidade dos estudantes que, num contexto particularmente difícil, não baixaram os braços», refere a JCP na sua saudação.

No Ensino Secundário
No dia 29, também os estudantes da escola artística António Arroio e da escola secundária Camões se manifestaram por mais professores e funcionários, menos alunos por turma, a finalização das obras nas instalações escolares, mais e melhores transportes e pelo aumento do apoio psicológico.

Foi ainda entregue uma carta reivindicativa subscrita por 30 Associações de Estudantes ao ministro da Educação.

 



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