Enfermeiros «fartos de retórica» exigem valorização efectiva

Na concentração de ontem, ao final da manhã, em Lisboa, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses reafirmou que a luta vai prosseguir por efectivas medidas de valorização da profissão.

Estão centenas de enfermeiros à porta do despedimento

Dirigentes, delegados e activistas do SEP/CGTP-IN reuniram-se frente ao Ministério da Saúde, cumprindo um calendário de luta que, sob o lema «Todos a exigir, Fartos de retórica», incluiu já acções no Porto (a 30 de Março, frente ao Hospital de São João), em Coimbra (dia 24 de Março, junto do Hospital da Universidade de Coimbra) e em Lisboa (17 de Março, Hospital de Santa Maria).

Neste período decorreram igualmente protestos em alguns hospitais.

«Viremos aqui as vezes que forem necessárias, até conquistarmos a justa valorização de todos, a qual passa, desde já, pela resolução concreta dos problemas concretos que pelo SEP estão levantados», disse ontem José Carlos Martins.

Dirigindo-se aos camaradas alinhados com faixas, bandeiras e guarda-chuvas, o presidente do SEP salientou que «vamos ter de continuar a luta» e deixou o apelo à «mobilização para a grande manifestação que se pretende realizar aqui, em Lisboa, no Dia Internacional do Enfermeiro, 12 de Maio», que também «não será o fim das nossas lutas, mas é um patamar simbolicamente relevante».

O Ministério da Saúde foi acusado de continuar «sem resolver qualquer dos problemas». Também não está realizado o levantamento de necessidades de enfermeiros nas instituições de saúde, que o Orçamento do Estado determinava ser apresentado durante o primeiro trimestre de 2021.

Apesar de todos os alertas e da reconhecida falta de enfermeiros, nenhuma medida foi apresentada para garantir a efectivação dos profissionais com vínculos precários, prevendo o SEP que, até Maio sejam despedidos 700, mas com uma estimativa de o número chegar aos 2000 até Agosto.

Como forma de reconhecimento pelo trabalho desenvolvido no âmbito da pandemia, o SEP mantém a exigência de que, na avaliação de 2019-2020, que está por concretizar, seja atribuída a menção «relevante» a todos. Mas o Ministério da Saúde continua sem responder.

O sindicato realça que «os 20 mil enfermeiros que ainda não progrediram na carreira continuam sem uma resposta e sem o reconhecimento do Ministério da Saúde e do Governo».

Numa moção aprovada e entregue depois, ao cuidado da ministra, reclama-se a vinculação efectiva de todos os enfermeiros que estão hoje com vínculo precário e a contratação de mais profissionais.

No documento, o SEP insiste na exigência de calendarização da negociação da carreira única de Enfermagem, de forma a valorizar todos os enfermeiros e eliminar injustiças e desigualdades.

 

PCP presente

Em representação do PCP, o deputado João Dias esteve na concentração de ontem, a reafirmar que o Partido está solidário com a luta dos enfermeiros pela valorização e dignificação da carreira de Enfermagem.

 



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