Desconfinar em segurança com protecção e apoios

SAÚDE Estão criadas as condições para o «desconfinamento tão necessário à vida do País e dos portugueses», afirmou Jorge Pires, da Comissão Política, à saída de mais uma reunião do Infarmed.

O Governo deve adquirir as vacinas em falta fora dos contratos da UE

A posição expressa pelo dirigente do Partido sustenta-se na constatação de que Portugal é, hoje, o País da União Europeia com «menor índice de transmissibilidade». Jorge Pires sublinhou o facto de, tal como já era previsível na reunião do passado dia 22 de Fevereiro, se registar «positivamente a continuação da descida sustentada do número de incidências por 100 mil habitantes e do número de internamentos, de forma mais acentuada do que os técnicos previam na altura».

A merecer preocupação do PCP está o facto de, ao contrário do que aconteceu nas reuniões anteriores, não se ter verificado nesta «nenhuma intervenção dos técnicos sobre vacinação, nomeadamente o facto de estar em causa a possibilidade de se atingir a imunidade de grupo em Agosto, como previsto no plano». Ora, acrescentou o membro da Comissão Política, tal deve-se ao facto de não estarem a ser entregues as vacinas contratadas com as farmacêuticas.

Jorge Pires reafirmou, na ocasião, a posição do PCP sobre esta matéria, a que o tempo vai dando redobrada razão: a importância decisiva da vacinação rápida de toda a população exige do Governo a «necessidade de diversificar a aquisição de vacinas já aprovadas pela OMS e outras entidades nacionais, não ficando dependente dos contratos realizados pela Comissão Europeia».

Reforçar a Saúde Pública

Para lá da vacinação e da testagem massiva, o PCP realça a necessidade do rastreio de novos casos e dos contactos por estes realizados, como «forma de cortar as cadeias de contágio e monitorizar a entrada das novas mutações do vírus em Portugal». Nesta reunião, aliás, chamou-se a atenção para a importância que a estrutura de saúde pública assume no combate à COVID-19.

Este é um tema que o PCP há muito tem vindo a tratar na sua intervenção, avançando inclusivamente com um conjunto de propostas com medidas concretas – nomeadamente a contratação dos profissionais em falta, «o que até hoje não mereceu da parte do Governo a atenção necessária». O mesmo acontece, realçou Jorge Pires, com a proposta apresentada pelo PCP e inscrita no Orçamento do Estado para a contratação dos mais de 500 profissionais em falta na estrutura.

Reabrir, proteger e apoiar

O dirigente comunista não deixou de realçar aquelas que, para o PCP, devem ser as linhas de acção fundamentais no combate à epidemia: «reforçar a protecção individual, fazer a pedagogia da protecção e reforçar o SNS, concretizando todas as medidas aprovadas no Orçamento do Estado».

A dinamização da actividade económica, garantidas todas as condições de segurança dos trabalhadores, e das actividades culturais e desportivas são também prioritárias. A par da salvaguarda da protecção social a todos aqueles que perderam as suas remunerações e da garantia do salário a 100% aos pais das crianças até aos 16 anos que têm de ficar confinadas em casa devido ao encerramento das escolas.




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