Bombardeamentos na Síria revelam intenções dos EUA
AGRESSÃO O PCP condena firmemente o bombardeamento de território sírio levado a cabo pelos EUA durante a noite de 25 para 26 de Fevereiro, que constitui um novo acto de agressão contra aquele país e a região do Médio Oriente.
É já evidente que a política de agressão imperialista dos EUA vai prosseguir
O ataque da passada semana, junto à fronteira com o Iraque, increve-se «na política de guerra que os EUA promovem desde há décadas no Médio Oriente», destaca o PCP, numa nota do seu Gabinete de Imprensa, reafirmando a sua denúncia e condenação da perpetuação, e mesmo reforço, da presença ilegal de tropas de ocupação norte-americanas no Nordeste e no Sul da Síria. Esta ocupação, acrescenta, permanece em claro desrespeito pela vontade expressa pelo legítimo governo sírio, pela soberania, independência e integridade territorial da República Árabe Síria.
Passou apenas um mês da tomada de posse do novo presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, mas «é já evidente que a política de agressão imperialista dos EUA vai prosseguir, nomeadamente no flagrante desrespeito da administração dos EUA e seus aliados pela soberania e integridade territorial dos Estados.»
O PCP exige que o Governo português tome uma clara posição de condenação de actos de agressão que afrontam a Carta da ONU e o Direito Internacional. «A gradual colocação em causa dos princípios e normas das relações internacionais, que se tornou prática corrente na acção dos EUA, da NATO e das potências da União Europeia, deve de ser urgentemente interrompida, sob pena de conduzir o mundo para uma situação de enorme gravidade, que põe em perigo a paz e a segurança internacional», consideram os comunistas portugueses.
Ingerência e agressão
Também o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) condenou os bombardeamentos norte-americanos efectuados na Síria, que constituem mais um acto de agressão contra aquele país árabe.
«Esta ação militar decidida pela nova administração norte-americana afronta de forma flagrante a Carta das Nações Unidas e o Direito Internacional, demonstrando na prática o que sucessivas declarações já permitiam adivinhar: em política externa, os objetivos da administração Biden não divergem daqueles que nortearam a atuação das suas antecessoras», afirma o CPPC.
O que estes ataques confirmam é «a intenção dos EUA em prosseguir com a ocupação ilegal de territórios do norte e sul da Síria e com a política de ingerência e agressão que marca há décadas a sua presença no Médio Oriente».
A Síria resiste a uma agressão externa encapotada, com os grupos terroristas a assumirem-se como testas de ferro da estratégia de guerra dos EUA e seus aliados, que desde o primeiro momento os treinam, armam e financiam, como amplamente tem sido denunciado.
«Só o fim da agressão à Síria e a retirada das forças militares que ocupam ilegalmente território sírio servem a causa da paz e da segurança internacional e respeitam os princípios consagrados na Carta das Nações Unidas. A Síria, como qualquer país do mundo, tem direito à paz, à soberania, à independência, à integridade territorial, ao desenvolvimento, ao progresso social», reafirma.
Conselho da Paz dos EUA
O Conselho da Paz dos Estados Unidos da América denunciou que, apenas 36 dias depois de tomar posse, o presidente Biden levou a cabo a sua primeira acção ilegal de política externa ao ordenar um ataque aéreo na Síria, país soberano.
O bombardeamento aéreo, uma flagrante violação do Direito Internacional e da Carta da ONU, foi falsamente justificado como uma resposta a um alegado ataque contra tropas norte-americanas por uma denominada «milícia síria apoiada pelo Irão», considera o Conselho da Paz. E diz que os factos apontam para um outro motivo muito diferente: «A verdadeira razão deste ataque é forçar o Irão, por meios militares, a participar numa nova ronda de negociações sobre o acordo nuclear aceitando as exigências dos EUA».